As três anas de três gerações distintas se juntaram no programa da primeira delas para ilustrar uma bela reportagem sobre parto ativo. Nessa edição do programa mais você teve um pouco de muitas coisas boas relativas ao nascimento: sensibilidade, respeito, ciência e, principalmente, o protagonismo da mulher.
Porém, contudo, todavia... É uma pena que mesmo em trabalhos bem feitos e com boas fontes de referência, o parto fisiológico seja subliminarmente tratado como algo perigoso e demandante de atenção e monitoria - por um médico, sempre ele... Estou me referindo ao texto da reportagem, que diz assim: "É importante ressaltar que o médico deve estar presente, porém, ele só interfere se houver necessidade". "Médico" poderia muito bem ser trocado por "profissional de saúde", se não quisessem dar todos os louros à parteira. E a lógica do médico que interfere quando há necessidade, como bem sabemos, infelizmente não funciona. O médico sempre interfere no parto porque ele só sabe estar no parto se for para interferir. Raríssimos (raros mesmo, mais do que a primeira edição d'Os Lusíadas) são os que assumem a posição de meros espectadores em uma cena de parto.
Ainda assim, três vivas às três anas! Enfim parece que um novo paradigma está borbulhando nas periferias da nossa cultura, para logo em breve explodir como nova hegemonia! E quando digo periferia, não me refiro às partes distantes e abandonadas, mas a movimentos não centrais, não ligados às formas de poder vigentes. E viva a revolução!
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