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23 de maio de 2012

Criação com apego: mais amor, menos preconceito

Quando estava grávida, gostava de olhar para uma imagem que muita gente conhece, de uma gato rajado adulto abraçado com um filhote. Tá, admito, rsss... eu sou gateira. Mas a imagem fazia brotar  em mim uma emoção intensa, me via assim, agarradinha com meu bebê. Imprimi a imagem e a coloquei sobre o monitor do computador no trabalho. Lá ela ficou, meses a fio, até eu ir para casa de licença.

O nascimento conturbado da Sophia - papo para outra hora - deu lugar, em peso e importância, para a amamentação. Foi ali que de fato começou a jornada de maior aprendizado da minha vida, sem data para acabar... Embora tivesse lido muito mesmo sobre aleitamento materno, nunca tinha ouvido falar de criação com apego, que é como temos traduzido o conceito de attachment parenting. Mas, uma vez iniciada a experiência deliciosa de alimentar e ver crescer o ser humano mais importante do mundo com meu próprio corpo, a intuição foi falando mais alto e me apontando atitudes que nunca antes tinham sequer passado pelo pensamento.

Foi assim que desafiei as recomendações e só levei ao pediatra quando tinham se passado 35 dias, pois não queria que ninguém abalasse a minha ainda frágil confiança na capacidade do meu corpo de alimentar minha menina. Foi também a causa de ir me humilhar perante a chefe e pedir que ela permitisse a presença daquele bebê tranquilo no setor durante a adaptação na creche. Não, eu não tinha opção. Devo ter sido muito convincente, pois ela topou!

O aleitamento foi um sucesso e se prolongou até um ano e sete meses, quando a menina me olhou nos olhos um dia pela manhã e disse: "não quero peito". E por muito tempo não quis mais mesmo. Assim, totalmente autônoma para decidir. Ih, eu fiquei beeeemmm de luto, rssss...

Ela agora tem quase nove anos. Sabe muitas coisas, me ensina várias. Outro dia me ensinou a jogar xadrez. Fala tudo que pensa e sente, às vezes com muita força. Está crescendo depressa, me surpreende com seus comentários sobre a vida e as coisas. Ah, foi lindo vê-la com o megafone na mão na Paulista, outro dia: " a mulherada desse país merece ter obstetriz!" . De vez em quando me pede pra mamar, rssss.

É, eu fui ler sobre criação com apego apenas recentemente. E só então descobri que fazia coisas que já tinham sido nomeadas. E confesso uma coisa: nunca me senti mal de andar na contra-mão nesse campo, sabe? Não sei se porque sou "metida", se é pelo gosto pelas "causas" contra-hegemônicas, se é a idade... Ou tudo junto, talvez.

Sei lá. É que quando olho para ela vejo aquela foto dos gatinhos abraçados. Não saberia fazer de outro jeito. Uma amor imenso.
 

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