Uma amiga muito querida está gravidíssima! Não tive oportunidade de visitá-la recentemente, pois que essa vida é sempre uma bagunça sem tempo. Então, preocupada com seu bem-estar durante e após o parto, decidi escrever um texto sobre episiotomia. Pesquisa vai, pesquisa vem, revisitei o site do projeto "Fique amiga dela!", que é simplesmente fantástico. Nenhuma mulher deveria passar dos 30 anos sem ler a cartilha disponibilizada no site, com informações claras e fáceis de ler sobre ninguém mais ninguém menos que... a vagina! É incrível como desconhecemos nosso próprio corpo.
Diante dessa riqueza de informações, duvido alguma mulher deixar que algum(a) médico(a) corte sua vagina impunemente... Pois é, na minha vagina ninguém passa a tesoura (nem o bisturi!). Não quero tomar pontos lá. Não quero cicatriz para a vida inteira. Não quero dor no pós-parto. Não quero risco maior de infecção. Não quero ter problemas para fazer cocô. Não quero dor nas relações sexuais. (É... o "piquezinho" que os gineco-obstetras adoram minimizar pode trazer todas essas consequências, pois afeta o assoalho pélvico.)
E por falar nele, olha aqui uma ilustração bacana dos inúmeros músculos que colaboram para o nosso bem-estar, retirada da cartilha Fique Amiga Dela.
Já imaginou enfiar uma tesoura aí e cortar deliberadamente tanta coisa importante?
Não dá, né? Então corra do seu médico, se ele disser que faz episiotomia em todos (ou quase todos) os partos normais. E se você não sabe se ele faz ou não, corra pra perguntar. E depois (provavelmente) corra dele, porque no Brasil, mais de 80% dos partos normais têm essa intervenção no pacote, única cirurgia do mundo que é praticada sem o consentimento da paciente.
Só de pensar nisso fico indignada, o que explica minha redação pouco controlada.
27 de setembro de 2010
17 de setembro de 2010
É isso aí, companheiras!
Meu companheiro atual, embora muito afinado com minha visão de mundo, por vezes questiona minha insistência nessa história de humanização do nascimento. Por que, afinal, militar por uma causa tão inglória? Por que, afinal, manter um grupo que atende tão poucas gestantes? Por que, afinal, tanta dedicação a pessoas que sequer conheço?
Não vou mentir, eu mesma faço esses questionamentos de tempos em tempos. E aí parece que certas coisas precisam acontecer para eu me dar conta das minhas motivações.
O ativismo virtual me permitiu conhecer Deborah, mulher superfantástica que eu tanto admiro e que tanto me apoia mesmo quando ela mesma precisaria de suporte. E por vezes sinto como se ela repousasse as mãos nos meus ombros e me deslocasse de lugar, como que para dar passagem a alguém. E então, com tremenda delicadeza, ela me faz enxergar muitas questões de um ângulo diferente. "Puxa vida", eu digo, "é mesmo!".
Faz poucos meses, outra protagonista de sua própria história veio abençoar a minha existência. Entre um café e outro, de olheiras e cabelos amassados, eu e Heloísa descobrimos afinidades, diferenças e incertezas. Ah, tantas incertezas...
Cheguei a odiar Heloísa por me plantar tantas incertezas. E logo em seguida, coisa inevitável, passei a admirá-la e a adorá-la, como se admira e se adora uma pessoa de inteligência e benevolência superiores. E ainda tem de ser bonita e simpática, a danada!
Semanas atrás, eu me debatia no meu copo d'água e, quando estava prestes a me afogar, Heloísa estendeu sua mão, abriu seus ouvidos, e me deu de presente um colete à prova de balas, com o qual sinto-me segura para prosseguir no meu caminho de mãe. Se a vida fosse um videogame, eu teria ganhado invencibilidade. E eu mal percebi o quanto ela mesma estava vulnerável! Quem tem superpoderes é assim mesmo: drena a própria energia para proteger os mais fracos. Depois, ainda dá um sorrisinho maroto e diz que vai ficar tudo bem.
Pois bem, a proximidade de pessoas como Deborah e Heloísa me faz perserverar nessa história de humanização do nascimento. É assim que, diariamente, renovo minha fé na humanidade. Eu só queria, agora, conseguir retribuir a elas e a suas crias um pouco da serenidade que frequentemente me conferem.
Heloísa, não tenho superpoderes, mas... vai ficar tudo bem, ok?
Não vou mentir, eu mesma faço esses questionamentos de tempos em tempos. E aí parece que certas coisas precisam acontecer para eu me dar conta das minhas motivações.
O ativismo virtual me permitiu conhecer Deborah, mulher superfantástica que eu tanto admiro e que tanto me apoia mesmo quando ela mesma precisaria de suporte. E por vezes sinto como se ela repousasse as mãos nos meus ombros e me deslocasse de lugar, como que para dar passagem a alguém. E então, com tremenda delicadeza, ela me faz enxergar muitas questões de um ângulo diferente. "Puxa vida", eu digo, "é mesmo!".
Faz poucos meses, outra protagonista de sua própria história veio abençoar a minha existência. Entre um café e outro, de olheiras e cabelos amassados, eu e Heloísa descobrimos afinidades, diferenças e incertezas. Ah, tantas incertezas...
Cheguei a odiar Heloísa por me plantar tantas incertezas. E logo em seguida, coisa inevitável, passei a admirá-la e a adorá-la, como se admira e se adora uma pessoa de inteligência e benevolência superiores. E ainda tem de ser bonita e simpática, a danada!
Semanas atrás, eu me debatia no meu copo d'água e, quando estava prestes a me afogar, Heloísa estendeu sua mão, abriu seus ouvidos, e me deu de presente um colete à prova de balas, com o qual sinto-me segura para prosseguir no meu caminho de mãe. Se a vida fosse um videogame, eu teria ganhado invencibilidade. E eu mal percebi o quanto ela mesma estava vulnerável! Quem tem superpoderes é assim mesmo: drena a própria energia para proteger os mais fracos. Depois, ainda dá um sorrisinho maroto e diz que vai ficar tudo bem.
Pois bem, a proximidade de pessoas como Deborah e Heloísa me faz perserverar nessa história de humanização do nascimento. É assim que, diariamente, renovo minha fé na humanidade. Eu só queria, agora, conseguir retribuir a elas e a suas crias um pouco da serenidade que frequentemente me conferem.
Heloísa, não tenho superpoderes, mas... vai ficar tudo bem, ok?
Assinar:
Postagens (Atom)