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29 de agosto de 2012

Ser mãe é se cuidar

Imagem retirada do Facebook "Transformar para Curar".
A maternidade vem para tirar muitas coisas do lugar, mas também, para colocar em seu lugar situações que nunca estiveram onde deveriam.

Quando a gente se torna mãe, quer o melhor para os nossos filhos, mas isso já sabemos. Mas acontece, para isso, um fenômeno estranhamente bonito. Ao invés de sempre só pensarmos no nosso filho para que ele fique bem, chega-se à conclusão de que, para que ele fique bem, primeiramente nós, as mães, temos que estar bem. Porque, quando pequenos, tudo o que eles precisam é que as pessoas que cuidam dele estejam bem, para, assim, faze-lo melhor maneira. Encher de presentes, deixa-lo sozinho, mesmo que com as melhores roupas e brinquedos, não fará a mínima diferença no seu desenvolvimento emocional. Tudo o que um bebê pequeno precisa é de amor e carinho, e isso só saberemos dar, de verdade, se estivermos bem conosco. Porque a gente aprende ao longo da vida que, para cuidar do outro, temos primeiro que estar bem, e com filhos isso fica ainda mais forte.

E aí, conforme a gente se dá conta disso, tudo começa a mudar ao nosso entorno. Porque, para que fiquemos bem, precisamos rever as coisas que fazemos no dia a dia... precisamos pensar se, dentro de nós, aquilo que estamos escolhendo para nós faz sentido para a nossa felicidade. E então, a gente passa a rever cada pequeno detalhe que, antes de sermos mães, passava batido, e fazíamos por estarmos apenas copiando um comportamento que nos foi apresentado quando criança ou adolescente, sem pensar se aquilo faz, de fato, diferença e sentido para nós.

Com isso, nós começamos a perceber que passamos a fazer escolhas que nos machucam menos, porque, além de querermos nos cuidar, já temos o maior presente do mundo, que se chama "filho". Não precisamos sair por aí "mendigando amor", pedindo pelo amor de Deus para sermos amadas e aceitadas, porque a maternidade já nos preencheu. E então, acontece essa relação estranhamente bonita: eu me cuido para que possa cuidar de você, meu filho. E quando você crescer, a chance de eu saber te dar asas para voar neste mundo serão maiores, porque, quando você era pequeno e precisava realmente de mim, eu me cuidei e fui atrás do que faz sentido para mim, para saber cuidar de você. E quando você crescer, quem sabe, estarei me sentindo muito melhor para fazer escolhas melhores para mim também. 

Quem é mãe sabe que na teoria é bem fácil falar: filho a gente cria para o mundo. E de fato sabemos que deveria ser assim, mas, tantas vezes, nos vemos perdidas naquele sentimento de aprisionamento, queremos mante-los "debaixo da asa" instintivamente... mas sabemos que, com o passar do tempo, teremos de "deixa-lo ir", e por isso mesmo, temos que cuidar de nós cada vez mais, para que essa relação se fortaleça e não seja de aprisionamento, para ambos.

A sociedade quer que nós mães nos anulemos, que não olhemos para nossos partos, nossos corpos, nossos peitos, que não olhemos para a amamentação, que fiquemos cegas diante da maternidade. Se seguirmos o que de fato o sistema quer, seremos, como muitos dizem, apenas um "vaso" que carrega o bebê. Mas eu discordo totalmente dessa afirmação, pois quando grávida me sentia extremamente importante por estar gerando um ser humano, e agora como mãe, me sinto presenteada pela vida com algo chamado amor incondicional, o que me dá forças para olhar para mim e ver que eu mereço, sim, me cuidar. Deixemos de lado todos os pré-conceitos que nos impõem antes de sermos mães, e olhemos, de uma vez por todas, para nós e para o que faz sentido para nós.

Acredito que o que eu escrevi acima também se encaixa para mulheres que não são mães. Deixemos tudo o que nos falam de lado, e olhemos para nós, apenas para nós. E com o tempo saberemos também agregar o que os outros falam, mas de forma que sempre passe antes pelo nosso "filtro" interno. O que acham do meu convite?

27 de agosto de 2012

Parir/nascer no Brasil com – ou apesar das – evidências

Crayon aquarelado de Juliana Santos
A partir desta semana, estreio uma nova tarefa em nosso blog: propor conversas sobre as práticas assistenciais e o cuidado baseado em evidência no nascimento. Tendo acompanhado o percurso de várias mulheres ao longo dos últimos três anos da existência do grupo, posso de cara afirmar uma coisa: falar é fácil.
A história da produção de evidências na área de cuidados com a gestação, o parto e o pós-parto se confunde com a própria cultura de saúde baseada em evidências, praticamente tudo que construímos de conhecimento básico já está aí há mais de trinta anos, e passa por constante atualização. É verdade que ainda há muita barreira de idioma, tanto para usuárias como nós quanto para o profissional da assistência, dado que o “grosso” dessas informações está publicado em inglês.
Para auxiliar na popularização dessas informações, já contamos com iniciativas como a da Dra. Melania Amorim, que recentemente iniciou a publicação de discussões amparadas pelas mais sólidas evidências em seu Estuda, Melania, estuda! No entanto, a disponibilidade das informações não tem sido suficiente para a mudança de práticas por parte dos profissionais.
Desconfio fortemente – sou mineira, portanto, desconfiada – que, assim como em outras áreas que demandam mudança de comportamento, informação disponível e apreendida não é suficiente. Senão, vejamos: seriam fumantes desinformados dos potenciais riscos à saúde que lhes ocasiona o hábito de fumar? Mulheres e homens adolescentes desconheceriam os riscos da ocorrência de uma gestação indesejada ou uma DST ao praticar sexo desprotegido? Esses e outros exemplos podem nos dar a medida da dificuldade que existe em mudar comportamentos quando há questões mais complexas envolvidas.
Assim é que minha desconfiança cresce ainda mais, quando vemos corporações profissionais rebatendo evidências e defendendo práticas baseadas em outras crenças. Ou no “achismo”, como me disse outro dia uma aluna de especialização em enfermagem obstétrica. Os outros interesses envolvidos, explícitos ou não, formatam a prática da assistência.
Vou introduzir aqui um conceito: conhecimento autoritativo. Já ouviu falar? É aquele do tipo “falou, tá falado!” Isto é: se essa pessoa cheia de diplomas e tão famosa disse isso, quem sou eu para questionar? Pela sua capacidade de formar opinião, delinear o pensamento vigente e influenciar práticas, bom seria que o conhecimento autoritativo sempre estivesse alinhado com as evidências, não é? Mas no Brasil não está, senhoras e senhores. Pelo menos não no que diz respeito aos cuidados com gestação e parto. Já nem menciono o pós-parto aqui, porque este é um campo obscuro a que poucos debruçam o olhar cuidadoso.
Às mulheres – e a quem segue com elas nessa caminhada – resta uma árdua batalha: escolher para si condutas que não estão disponíveis no menu que lhes apresentam as instituições que tradicionalmente lhes assistem nessa etapa da vida. Não, não adianta aprender tudo o que reza a cartilha da prática baseada em evidência e querer que o profissional escolhido, que a acompanhou desde a adolescência, respeite suas decisões. Algum grau de desinformação dele até pode existir, mas outros fatores são determinantes mais fortes de suas condutas: a formação pela qual passou nos bancos de faculdade, o papel social do qual está investido, a construção de gênero prevalente na sociedade, a pragmática questão econômica e de organização financeira da vida.
Respeito a direitos ocorre de forma seletiva: uma mulher que decide por uma cesárea será rapidamente respeitada. Já aquela que decide por um parto normal sem intervenções... ufa! Essa vai ter que “suar a camisa” para ser respeitada, e provavelmente não o será, se não se rebelar frontalmente. Talvez esteja nascendo aqui mais uma evidência – pesquisadoras, olha aí um bom problema de pesquisa! – o que uma mulher precisa para ter seus direitos reprodutivos respeitados e receber uma assistência baseada em evidência no Brasil?

22 de agosto de 2012

Estudar, agir, melhorar

Só sei que nada sei. Quanto mais estudo, menos entendo. Essas e outras frases resumem meu atual estado de espírito.

Prestes a finalizar o mestrado em saúde pública, conhecer um pouco mais da assistência ao parto no Brasil assemelha-se mais a uma maldição do que a uma benção. Porque sinto-me imensamente pressionada, com a enorme responsabilidade de partilhar o que estudei e principalmente de atuar de algum modo para melhorar o que vi de ruim.

Se no mundo acadêmico não me deixam complementar as análises por meio de advérbios e adjetivos, aqui sinto-me à vontade para dizer que diariamente inúmeras mulheres são solenemente e sistematicamente violadas, roubadas, desrespeitadas, violentadas em um momento único de suas vidas, o parto.

As mulheres e as respectivas crianças são submetidas a procedimentos desnecessários e que não são isentos de riscos. O que eu quero dizer com isso? Que todos os dias muitos brasileiros nascem sob o cuidado de profissionais de saúde que são suficientemente mal formados ou mal informados ou ainda mal intencionados ao ponto de provocarem ou quase provocarem danos à saúde de mãe e bebê, sejam esses danos físicos, sejam eles psíquicos.

Falo grego? Pois não. Vamos a um exemplo rápido. Droga para tirar a dor no parto. Para a maioria das pessoas, a analgesia e a anestesia são um bálsamo, uma vantagem, um advento da tecnologia, uma comodidade da vida moderna. A verdade não é exatamente essa. Drogas (ou medicamentos, tanto faz o nome) para tirar a dor podem ter seus benefícios, mas podem ter também algumas consequências deletérias na evolução do trabalho de parto, na saúde da mulher e na saúde do recém-nascido.

Ainda falo grego? Pois não. Drogas para tirar a dor podem fazer o trabalho de parto parar de progredir ou então progredir mais vagarosamente. Aquelas contrações fortes, ritmadas, que estavam dilatando o colo do útero e preparando o caminho para a chegada do bebê vão justamente se arrefecer, vão perder o ritmo, vão perder a força. E aí talvez seja necessário dar à mulher outro "remédio" para que as contrações voltem a ter força e ritmo. E aí... bem, aí uma coisa puxa outra e vem uma "cascata de intervenções", de modo que o parto que ia bem, pode virar cirurgia. Isso sem contar os impactos nos batimentos cardíacos da mãe e da criança, etc. e tal.

Mas isso... ninguém conta, ninguém avisa, ninguém avalia.

Como a analgesia e a anestesia, muitas outras intervenções são realizadas na assistência ao parto no Brasil como rotina, como parte do cotidiano e do protocolo, sem que a mulher receba qualquer informação sobre sua utilidade e necessidade, sobre seus riscos, sobre suas alternativas, sobre suas contraindicações.

Felizmente não vivemos mais na época medieval. Se antes o conhecimento do mundo ficava trancafiado sob a guarda dos monges, hoje temos a vasta Internet como fonte (quase) gratuita de pesquisa. E para o meu regozijo, as boas fontes de informação têm se multiplicado na rede, como se a militância pró-parto ativo estivesse de fato procriando. A mais nova estrela dessa maravilhosa constelação é o blog da Doutora Melânia Amorim, cujo sugestivo título Estuda, Melânia, estuda!, nasceu de uma frutífera discussão no Facebook. Aos inimigos de redes sociais, #dica, também há mundo inteligente nas novas mídias.

PS: Em tempo, sábado tem encontro na Clínica Spacci!

17 de agosto de 2012

Entrevista pra TV Gazeta

Deborah Delage compartilha um tico de seu conhecimento, ao vivo e a cores, no Jornal da Gazeta. E a gente compartilha aqui!

16 de agosto de 2012

Até a CNN já sabe

Que no Brasil, mais da metade dos nascimentos se dá por via cirúrgica. A reportagem não dá conta dos problemas de saúde que a cesárea eletiva acarreta, mas evidencia a cultura de cesárea por luxo, por comodidade (da família e do profissional de saúde) e por conflito de interesse financeiro do médico.




15 de agosto de 2012

Às grávidas e puérperas, uma súplica


O nascimento de um filho é um momento muito bonito. E também são os dias que se seguem. É um momento de profundo aprendizado mãe-bebê, momento de criação de vínculo, de ouvir o que não é falado, de conseguirmos conversar com o silêncio e, assim, nos conhecermos como mães e conhecermos nossos filhos.

A mídia nos mostra, desde que somos pequenas, a maternidade como algo cor-de-rosa. Tons pastéis, muito  amor e sincronia entre as famílias, uma harmonia sem igual. Novelas, comerciais de TV, programas de auditório, todos eles colaboram para que tenhamos absoluta certeza de que a maternidade será, sim, em tons pastéis, linda e cheirosa, cheia de harmonia.

Até que aquele serzinho sai do nosso ventre. Ele, que estava ali, quietinho, alimentando-se do que nós mães passávamos para ele, de repente, deixa de fazer parte do nosso corpo, e passa a fazer parte do mundo. E nós, que tínhamos certeza de que agora nossa vida seria a mais linda e harmoniosa, que tínhamos certeza de que seríamos aquela mãe sorridente e sem olheiras, rodeada apenas de amor por todos os lados, de repente nos vemos em um mundo totalmente desconhecido. Amedrontador, muitas vezes. Assustador, de verdade. E isso, ninguém nos disse - ou nós que não quisemos ver? Acho que um pouco dos dois. A gente também fantasia as coisas como quer, né?

Nasce aquele serzinho para chacoalhar nosso mundo. Uma injeção de ralidade na veia, e com isso, as dores e delícias que ela traz. Amigos de antes, sem filhos? Parece que são de outro mundo. Mas não é por mal, é que realmente o mundo é outro e a nossa relação com ele também é outra. A maternidade é uma experiência tão intensa e única, que falar com pessoas que nunca passaram por isso é realmente algo super estranho, fica claro que essas pessoas falam outra língua. Pode ser que esse sentimento amenize com o tempo, ou não, mas fato é que nosso sentimento precisa ser respeitado, e é preciso dar ao tempo, o tempo que ele pede, para que nos acostumemos com este novo "estado".

Família? Muitas vezes ajuda muito, mas muitas outras vezes, piora bastante a situação. Isso acontece porque cada pessoa tem uma vivência, e isso não é ruim, é até bom, mas muitas pessoas realmente não entendem que a mãe precisa passar por aquele momento do jeito dela, conforme seus instintos pedem. A mulher puérpera precisa ser muito respeitada, é preciso dar tempo para ela conseguir "conversar com o silêncio" da forma que ele pede. Sim, o silêncio do pós-parto fala! E fala alto. Mas precisamos estar sintonizadas com ele para ouvi-lo e, assim, seguir nossos instintos de animais que somos - e a sociedade nos fez esquecer que somos, sim, animais, e temos que seguir nossos instintos maternais assim como as lobas, baleias e todas as mamíferas do nosso planeta.

Mas, no meio de toda essa solidão e incompreensão, existe, sim, uma luz. Uma luz bonita e cheia de energia boa. Essa luz se chama GRUPOS DE MÃES. Mães que vivem as mesmas experiências que nós, neste exato momento. Sorrir junto, chorar junto, trocar experiências, falar de loucuras que só nós puérperas entendemos, enfim. Na minha opinião, toda mulher que se visse grávida deveria ser na mesma hora encaminhada para um grupo de mães, e participar dos grupos de grávidas e de puérperas. Só o fato de fazer parte de um grupo e poder falar o que pensa, e mesmo que não queira falar, apenas ouvir, traz uma paz para dentro de nós, que nada mais, NADA MESMO, nos traz neste momento.

Venho humildemente através deste post pedir, suplicar, para que as GRÁVIDAS E PUÉRPERAS PROCUREM GRUPOS EM SUA CIDADE, não fiquem sozinhas neste momento, e mesmo que se sintam perfeitamente bem perto da família e dos amigos antigos, não deixe de participar de grupos, pois algo a gente sempre aprende e leva conosco nesta caminhada tão rica e misteriosa que é a maternidade.

APRENDAMOS UMAS COM AS OUTRAS!

14 de agosto de 2012

13 de agosto de 2012

Liberdade no parto

O MaternaMente promoverá uma das 1.000 exibições do lançamento mundial do documentário "Freedom for Birth", que conta a história de Agnes Gereb, a parteira húngara presa por atender partos domiciliares. O filme será projetado em 1.000 comunidades simultaneamente, para chamar a atenção da opinião pública. Dia 20/09 em local a ser confirmado. Gratuito e aberto ao público. Espalhem a notícia entre seus contatos!

6 de agosto de 2012

Mães promovem 'mamaço' em parque

Do Diário do Grande ABC

Rafael Ribeiro
Do Diário do Grande ABC






Nove mães promoveram ontem, em São Bernardo, o primeiro mamaço, evento organizado pelo Grupo MaternaMente que visa combater o preconceito e alertar mães da região sobre a importância da amamentação. O local escolhido foi o parque Engenheiro Salvador Arena, no Rudge Ramos.
Queremos combater alguns mitos de que o leite materno só pode ser dado até os seis meses de idade. A própria OMS (Organização Mundial da Saúde) recomenda até os 2 anos ou mais", opina Deborah Delage, uma das coordenadoras do grupo. "Nossa meta é mostrar à mulher a importância de amamentar o filho."
Conscientização que o educador Telemaco Martins, 35 anos, tem de sobra com o filho, Valentim, 1. Morador do Centro de São Bernardo, ele foi um dos pais presentes e diz que ajuda na campanha para divulgar a ideia. "Hoje em dia os bebês já saem do hospital consumindo produto industrializado. Existe uma inversão de valores", comenta.
Mais do que a saúde, algumas mães que participaram do evento dizem que a relação de afeto com o filho aumenta. "Muitas mulheres estão deixando de amamentar para sair de casa e ir trabalhar. Precisam entender que a mãe é insubstituível", aponta Bibiana Monteiro, 36, mãe de Bernardo, 1, também do Centro.
Um dos pontos mais importantes levantados pelo MaternaMente é o preconceito que muitas mulheres sofrem por amamentar em público. Segundo o grupo, as recriminações são vistas como normais pela maioria das mães. "Ninguém come no banheiro", resume a professora Fernanda Modesto, 27, moradora do Riacho Grande. "Ninguém nunca me falou nada. Se acontecer, vou dar barraco", brinca.

5 de agosto de 2012

Mães promovem ato em prol do aleitamento

Do ABCD Maior

Ato combate preconceito do amamentamento em locais públicos. Foto: Rodrigo Pinto
Ato combate preconceito do amamentamento em locais públicos. Foto: Rodrigo Pinto
Mamaço aconteceu neste domingo (05/08), no Parque Salvador Arena, em São Bernardo
 
Mães da Região participaram neste domingo (05/08) do primeiro mamaço do ABCD. O ato aconteceu no Parque Salvador Arena, em São Bernardo, e faz parte das atividades que integram a Semana Mundial de Aleitamento Materno. Manifestações semelhantes aconteceram em diversas partes do Brasil neste final de semana. 
Entre os objetivos do mamaço está o combate ao preconceito que ainda envolve a amamentação em locais públicos. Apesar da comprovação dos benefícios do leite materno, muitas mulheres ainda enfrentam olhares de reprovação quando precisam amamentar os filhos fora de casa.
“A sociedade tem tido atitudes que achamos retrógradas. Já ouvimos pessoas discriminando mulheres que amamentam em público, como se a criança tivesse hora para mamar. É uma confusão no uso do corpo, como se a mulher estivesse agredindo socialmente os demais e exibindo o próprio corpo”, argumentou Deborah Delage, integrante do grupo MaternaMente.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) aconselha que crianças se alimentem exclusivamente de leite materno até os 180 dias de vida e aprova o aleitamento prolongado até dois anos ou mais.  A pequena Clara Liz, de 1 ano e três meses, já possui cardápio vasto no café da manhã, almoço e jantar. Mesmo assim, não abre mão do leite da mãe. “Ela mama no mínimo três vezes por dia. É um carinho, um momento nosso. Não são apenas as questões nutritivas, mas também tem o vínculo afetivo”, explicou a mãe, Carla Capuano, também integrante do MaternaMente.
Com Bernardo, de 1 ano e três meses, a situação é semelhante. Mesmo assim, Paloma Fernandes não estipulou prazo para parar de amamentar. “Pretendo ter um desmame natural, a criança dá sinais de que não necessita mais. Vou esperar o nosso tempo”, afirmou. 

É hoje!








3 de agosto de 2012

Domingo no parque

Grande ABC terá 'mamaço' contra tabus

Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC

Grande ABC terá 'mamaço' contra tabus

As mães que amamentam e apoiam a divulgação do aleitamento materno poderão participar de evento inédito no Grande ABC. Domingo, às 11h, no Parque Engenheiro Salvador Arena, em São Bernardo, são esperadas pelo menos 40 mulheres para a realização do primeiro mamaço da região.
Um dos objetivos do encontro é o enfrentamento do preconceito, já que muitas pessoas rejeitam o fato de mulheres amamentarem seus bebês em espaços públicos. "Atualmente temos de lidar com as coisas de forma moderna, mas sem perder o que é natural. Somos mães", explica uma das organizadoras, Carla Carpuano, integrante do Grupo MaternaMente, mentor da ideia.
O evento acontece na Semana Mundial do Aleitamento Materno, celebrada entre 1º e 7 de agosto. O encontro deve durar pelo menos uma hora. Por lá, organizadoras vão distribuir material com informações que incentivam o aleitamento materno não só exclusivo (até seis meses) como também até 2 anos ou mais de idade. Quem quiser participar é só levar o filho e amamentar junto às outras mães.
A maternidade ativa é outra bandeira erguida pelo grupo, que defende a liberdade de escolha das mães em relação ao nascimento do bebê ou desde a gestação. Ou seja, sendo parto normal, humanizado ou induzido, a preferência da mãe deve ser considerada. "Tem muito tabu em cima disso. Há retrocessos acontecendo. Precisamos resgatar o poder da mulher enquanto mamífero. O corpo é nosso. Não é decisão do médico", explica.
A polêmica vem de encontro com a interferência de médicos nas decisões das mães sobre onde e como terem seus filhos. Elas avaliam que o debate deve se basear em estudos e dados científicos, e não no achismo. "Não somos hippies. Entendemos os riscos e benefícios de cada tipo de parto. Mas as mulheres precisam, pelo menos, ter essas informações."
No domingo, na praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, gestantes farão a Marcha pela Humanização do Parto. A manifestação é contra a decisão do Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro, que proibiu médicos de realizarem partos domiciliares. Em São Parto, a Marcha do Parto em Casa aconteceu dia 17 de junho.

2 de agosto de 2012

S. Bernardo terá no domingo primeiro ‘mamaço’ da Região

Do ABCD Maior

Amamentação até os seis meses é fundamental. Foto: divulgação
Amamentação até os seis meses é fundamental. Foto: divulgação
Organizadores estimam que 50 mães devam comparecer ao evento no parque Salvador Arena
 
No próximo domingo (05/08), o parque Engenheiro Salvador Arena, em São Bernardo, será palco do primeiro mamaço do ABCD. Organizado pelo MaternaMente, grupo de mães da Região, a estimativa é que até 50 mães compareçam para amamentar seus filhos no local. A ação faz parte das atividades da Semana Mundial de Aleitamento Materno, criada há 20 anos para promover os benefícios do aleitamento materno exclusivo até seis meses de idade e do aleitamento prolongado até dois anos ou mais.

De acordo com uma das participantes do grupo, Carla Capuano, o objetivo é promover e incentivar o aleitamento materno em locais públicos. “A ação começou quando uma mãe foi impedida de amamentar seu filho em um local público da Capital.” O mamaço ocorrerá em vários locais do Brasil, durante o final de semana.

O obstetra do Hospital Assunção, Luiz Henrique Firmino da Silva, destacou que a amamentação durante os seis primeiros meses de vida da criança é importante, para que a mãe transmita as defesas do organismo por meio do leite. “A mãe irá passar todo o histórico de defesa dela e todos os nutrientes necessários para o bebê, que são componentes perfeitos para essa etapa da vida da criança”, explicou.
 

Três Horas - Silva destacou que o recomendado é que a criança mame a cada três horas, porém isso depende de cada caso. “Temos essa recomendação, porém se a criança sentir fome com mais frequência, a mãe deve dar o peito. A amamentação é algo que faz bem até para a mãe, pois ajuda na recuperação do parto”, disse.

O médico disse ainda que não há um momento certo para a retirada do peito. “A partir do momento que a criança começa a comer outros alimentos, a mãe não precisa mais oferecer o leite materno. Porém, se a criança pedir, não há problema”, afirmou.

Quanto às mães que trabalham fora e que podem tirar o leite do peito para dar na mamadeira para a criança, o médico alerta que isso pode oferecer riscos à saúde do bebê. “A mamadeira deve estar muito limpa, pois isso pode ocasionar infecções na criança. Nestes casos, a mãe pode oferecer outros tipos de leite, porém o ideal é o materno”, salientou.

Mãe de dois filhos, a assistente de vendas Monise Santana de Carvalho amamentou as crianças durante os primeiros cinco meses de vida. “Depois disso voltei a trabalhar e contei com a ajuda da minha mãe. No caso do meu filho mais novo, eu dava o leite normal e à noite, quando chegava do trabalho, dava o peito. Porém, é um corte de vínculo muito brusco”, disse. 


Licença de 180 dias beneficia bancárias
A Constituição Federal garante licença maternidade de 120 dias para as gestantes, contrariando o que preconiza a OMS (Organização Mundial da Saúde) de que a criança tem que ser amamentada pela mãe durante os 180 primeiros dias de vida.

No caso dos bancários, 100% da categoria é beneficiada com a licença de 180 dias e de acordo com a diretora do Sindicato dos Bancários do ABC Maria Rita Serrano a negociação com os bancos teve inicio há dois anos. “Não foi uma pauta fácil para discutir. Os primeiros bancos a aderirem foram a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, para depois os bancos privados adotarem o beneficio”, disse.

A advogada trabalhista Célia Rocha de Lima explicou que as empresas podem aderir ao Programa Empresa Cidadã, que garante a opção para a gestante de ter a licença de seis meses. “Nesse caso, não é o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social) quem paga a trabalhadora, mas sim a empresa, que pode deduzir isso no imposto de renda pessoa jurídica”, explicou.
 

Bancos de leite da Região precisam de doações
Os três bancos de leite humano do ABCD precisam de doações para atender a demanda. No Banco de Leite do HMU (Hospital Municipal Universitário), em São Bernardo, são necessários 300 litros por mês. Hoje o espaço tem 134 litros doados por 108 voluntárias, que beneficiam 101 recém-nascidos.

De acordo com a responsável pelo banco do HMU, Nerli Pascoal Andreassa, em períodos como o inverno e férias, o estoque sofre queda de até 30%. Além da produção de leite cair naturalmente, as mães também tiram menos leite devido ao frio. Interessadas em contribuir com o banco devem entrar em contato pelo telefone é 4365-1480.

Em Santo André, o banco do Hospital da Mulher conta com estoque de 11 litros em média, que supre a necessidade da Unidade Neonatal. Nos últimos dois meses houve uma queda 40 % no número de doadoras. Os telefones do banco são 4478-5048 ou 4478-5027.

Já o banco de leite do Hospital Estadual Mário Covas está com o estoque baixo para atender a demanda das crianças internadas na UTI Neonatal. “Hoje trabalhamos somente com o leite necessário para atender a demanda dos bebês internados, sem reserva”, destacou Luiz Fernando Trigo, coordenador da UTI. O telefone do banco é o 2829-5021.

1 de agosto de 2012

ABC se mobiliza na Semana do Aleitamento

Do Diadema Jornal
Por: Aline Melo

Casa da Gestante em São Caetano presta apoio às nutrizes
Casa da Gestante em São Caetano presta apoio às nutrizes

Começa hoje (1º) em todo o mundo a Semana Mundial de Aleitamento Materno (Smam). Criada há 20 anos, a data divulga os benefícios do aleitamento materno exclusivo até seis meses de idade e da amamentação prolongada até 2 anos ou mais. No ABC, as prefeituras preparam ações, reuniões e palestras sobre o tema, como forma de incentivar mães a amamentar seus bebês.
Em São Bernardo, que desde 2009 celebra a Sman, o evento será realizado entre os dias 6 e 10 de agosto. Os profissionais do Hospital Municipal Universitário (HMU) vão disputar gincanas para a criação de frases, vídeos e desenhos, tendo como referência os slogans da semana: Compreendendo o passado, planejando o futuro (mundial) e Família que pratica amamentação protege a futura geração (municipal).
Entre as 32 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da cidade será premiada a que cadastrar o maior número de doadoras para o Banco de Leite do HMU e realizar o maior número de atividades em comemoração à Semana. Dentro da programação do evento merecem destaque as palestras Amamentação e as questões emocionais da mãe com a psicóloga Maria Teresa Moreira Rodrigues, e Os benefícios do aleitamento materno, com a pediatra e neonatologista conselheira da Organização Mundial de Saúde/Unicef e integrante da Rede Internacional em Defesa do Direito de Amamentar (IBFAN- Brasil) Ana Júlia Colameo. Informações sobre a programação nos telefones 4365-1480 ramais 1203 ou 1196.
São Caetano realiza hoje a partir das 8 horas, na Casa da Gestante (rua Vital Brasil Filho, 266, bairro Santa Paula), palestras e discussões enfatizando a importância do aleitamento materno, o período em que se deve iniciar a alimentação complementar, o que se deve introduzir no cardápio do bebê e qual a importância dos aliementos para o desenvolvimento da fala e da linguagem.
Na Casa da Gestante existe desde 2005 o primeiro ambulatório de aleitamento do ABC, onde funciona o disk-amamentação, serviço disponível 24 horas por dia por meio do telefone 4227-6776, onde profissionais capacitadas atendem mães ou profissionais da área que tenham dúvidas sobre o processo de amamentação, estando disponíveis também para avaliações.
Atividades diferenciadas
Diadema iniciou nas UBSs eventos sobre a SMAM no dia 30 de julho. Cada unidade abriga uma atividade diferente, como palestras, exibição de vídeos e apresentações de teatro sobre o tema, que seguem até o dia 8, ou em algumas unidades, durante todo o mês. Em Mauá as atividades seguem até 3 deste mês. Com o tema Bebê que mama no peito é medalha de ouro no futuro, as 17 UBSs vão realizar grupos de aconselhamento, oficinas e palestras, com destaque para a apresentação da representante da IBFAN-Brasil Jeanine Salve.
No Hospital da Mulher, em Santo André, exposição de frases das mães atendidas e informações sobre amamentação marcam as comemorações da Smam, que também vai contar com apresentação de vídeos e atendimento das mães no local.
Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não responderam até o fechamento da edição.
Especialista destaca que bebê deve mamar logo após o parto
A Organização Mundial de Saúde e o Ministério da Saúde recomendam que as mães amamentem seus bebês exclusivamente com leite materno até os seis meses e continue a amamentação mesmo quando passam a oferecer outros alimentos até os 2 anos. A neonatologista da Clínica Maternelli de São Bernardo Sandra Frota Ávilla Gianelo reitera que o ideal é que a criança seja amamentada imediatamente após o nascimento.
“O bebê nasce bem ativo e ávido por mamar nos primeiros 20 a 30 minutos após o parto. Depois, tende a relaxa e dormir por duas a três horas. Como o colostro materno é muito importante para ajudar na colonização do trato gastrointestinal com bactérias ‘boas’, quanto antes mamar, mais protegido estará”, declarou a médica.
Sandra destacou que o aleitamento materno ajuda na recuperação da forma física da mãe, na perda de peso, protege contra o câncer de mama (pelo menos um ano de amamentação), diabete na terceira idade e depressão pós-parto, além de ser um ato gratificante e que fortalece o vínculo entre mãe e bebê.
“Somos geneticamente programados para receber este leite e nenhum outro. O aleitamento materno representa a continuidade da alimentação que a criança recebia intraútero e protege a criança contra diversas doenças como infecçôes, alergias, diarreias, obesidade e doenças metabólicas”, finalizou.
Grupo promove ‘mamaço’ em parque de São Bernardo
Para marcar as comemorações da Semana Mundial de Aleitamento Materno, o MaternaMente, grupo de mães do ABC que defendem e praticam a maternidade ativa, realizarão no domingo (05) um ‘mamaço’ no Parque Salvador Arena, em São Bernardo. “A ideia é que diversas mães amamentem seus filhos ao mesmo tempo, independentemente da idade das crianças”, declarou uma das coordenadoras do grupo Deborah Delage.
De acordo com Deborah, a iniciativa tem por objetivo mostrar a importância do aleitamento. “Nos preocupamos particularmente com a eliminação do preconceito contra o aleitamento, seja ele em lugares públicos ou não, e que independa da idade da criança. Para nós, a amamentação, além de nutrição, é também afeto e comunicação entre mãe e filho”, completou.
O ‘mamaço’ está programado para acontecer às 11 horas, no Parque Engenheiro Salvador Arena, à avenida Caminho do Mar, 2980, Rudge Ramos, em São Bernardo. O evento é gratuito. Outras informações pelos telefones 99435-4275 e 99201-5245 ou pelo email grupomaternamente@gmail.com.
Leite materno é continuação da alimentação intrauterina
Leite materno é continuação da alimentação intrauterina
 

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Aqui você encontra material sobre evidências e boas práticas relativas à saúde e ao bem-estar da dupla mãe-bebê. Fique à vontade e entre em contato, adoramos uma boa conversa! Envie um e-mail para grupomaternamente@gmail.com ou entre no grupo do Facebook.

Território

Atuamos principalmente em Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra (o ABC paulista), mas também na capital paulista e em outros municípios do Estado de São Paulo.

Articulação

Procuramos nos articular com outros movimentos sociais e com as instâncias gestoras, com o fim primordial de defender os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e de instaurar um novo paradigma de assistência à saúde da mulher.