"Conhecer as partes mimosas é tão importante quanto entender a fisiologia do parto. Transar, parir e gozar se inscrevem no mesmo âmbito de experiência, o da sexualidade."
Para minha surpresa, em poucas horas o post teve centenas de visualizações, algo como quatro ou cinco vezes mais do que as mensagens postadas lá costumam ter em uma semana. Fiquei intrigada, o motivo do sucesso seria a ilustração da mulher de pernas abertas?
Estava convencida disso quando me deparei, quase ao acaso, com uma entrevista com a autora do quadrinho. Qual não é minha surpresa ao saber que ela, uma moça nos seus vinte e tantos anos, só descobriu a masturbação aos 20? E que orgasmo, pra ela, é novidade, assim como para a maioria de suas amigas? E que conversar sobre sexo, tesão e prazer é algo igualmente raro entre as suas? Dói, ainda, ler que ela mesma temia ser frígida...
Nem vou tentar abordar os determinantes socioculturais e religiosos envolvidos - são tantos e múltiplos fatores que eu não teria competência para essa empreitada. Ainda assim, cabe uma observação indignada: o corpo da mulher é uma incógnita. Ele está exposto feito carne no açougue, em todas as bancas de jornal, contudo, sua anatomia e fisiologia "íntimas" continuam desconhecidas. Com o agravante de que o pouco que se sabe e se pesquisa de modo geral permanece oculto.
Pois eu torno a dizer que conhecer o próprio corpo é fundamental a todas as mulheres. Para aquelas que desejam parir inclusive. Pensando nisso, posto aqui o documentário francês "Clitoris, ce cher inconnu" ('Clitóris, esse caro desconhecido'), com legendas em português. Pode até ser que eu já o tenha divulgado antes, de tão informativo que se mostra, mas vale ainda a reprise.
E para finalizar, gostaria de lançar um desafio: você já se olhou no espelho hoje? Claro que não me refiro a suas olheiras de noites maldormidas. Tampouco da gordura localizada na barriga, no culote ou seja lá onde for. Olhar, tocar e apalpar as partes mimosas fazem parte do exercício de autoconhecimento que todas nós deveríamos aprender de crianças. Se você não teve a oportunidade de fazer isso antes, aproveite, nunca é tarde pra tentar. Se quiser, chame a pessoa do seu coração e peça uma ajuda, com lubrificante, óleo, gel ou algo que o valha. Vocês podem se surpreender. Cá entre nós, isso vai ajudar muito mais na intimidade do casal - e na hora do parto - do que qualquer aparelho que você possa comprar ou alugar por aí.
Recado final: sábado, 29 de março, é dia de encontro!! Nós nos vemos às 14h, em Santo André.
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