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5 de setembro de 2012

Trocar experiências e tocar corações

Quando estava grávida, um dos meus passatempos margarina favoritos era ler relato de parto. Passatempo margarina porque com os relatos eu sentia a vida mais linda, mais luminosa, mais brilhante, mais ensolarada, como comercial de margarina. E também porque eu me derretia toda, chorava às bicas sem me preocupar com as pessoas que me observavam.

As mulheres e os homens em especial deveriam ser bastante incentivados a buscar e a ler relatos de parto. Por meio desses textos tão emotivos e tão pessoais é possível entender, logo de cara, que o parto é um evento único. Não há um parto sequer que seja igual a outro. Nem gêmeos têm parto iguais - vale lembrar que da mãe só sai uma criança de cada vez...

A particularidade de cada nascimento e as experiências vividas por outras famílias, sejam boas sejam ruins, permitem que enxerguemos com mais clareza o que é da natureza humana e o que advém dos rituais criados por sua cultura. Em outras palavras, por meio desses relatos podemos vislumbrar o que faz parte da fisiologia do parto e o que faz parte da rotina da assistência conforme a conhecemos hoje.

Pequenos detalhes contados cuidadosamente por mulheres que muitas vezes sequer conhecemos são capazes de tocar lá no fundo e fazer uma luz acender. "Puxa, eu quero isso!", pensava às vezes. Ou então, me lembrava de avisar minha mãe de que talvez passasse mais de um dia sentindo contrações ritmadas, "com uma amiga foi assim, e pode ser assim comigo também" - um jeito meio enviesado de tranquilizar a mim mesma diante da possibilidade de 30 ou mesmo 40 horas de trabalho de parto.

Também me recordo de ter avisado meu então companheiro: "olha, se eu xingar você, não fica magoado! algumas mulheres fazem isso". E ainda: "pode ser que eu fique brava, mas não é nada pessoal" e mais: "não se assuste com os gritos, eles fazem parte do processo e ainda ajudam a relaxar" e muito, muito, muito mais.

Esas narrativas têm, igualmente, valor inestimável para quem as produz - uma vez que constituem uma parte da história familiar de cada um. Muitas vezes, têm inclusive valor terapêutico: ao relatar o nascimento de um filho, a mulher (ou o casal) tem a oportunidade de ressignifcar a experiência do parto.


Aliás... Li pouquíssimos relatos de parto escritos por homens, o que me entristece um pouco. Ainda que o parto seja um evento feminino, oras, onde estão os homens que valorosamente acompanham suas mulheres nessa jornada? Gostaria muito que eles também compartilhassem sua experiência - com outros homens e com outras mulheres.

Leia alguns relatos de parto aqui no nosso blog, no livro Parto com Amor, o meu relato no meu livro Lembranças Fecundas ou mesmo na imensa Internet!

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