Sex, 21 de Setembro de 2012 16:05
- Por: Aline Melo
SANTO ANDRÉ - O Sesc Santo André sediou, ontem (20), a premiére mundial do documentário Liberdade para Nascer (Freedom for Birth). Produzido por cineastas ingleses, o filme narra a história da parteira húngara Agnes Gereb, que está em prisão domiciliar desde março de 2012, depois de passar 16 meses presa por assistir partos em domicílio. Ao final da exibição, os participantes discutiram, com mediação de um pediatra, uma psicóloga e uma profissional da área da saúde, as limitações atuais dos direitos humanos femininos.
Na narrativa, que foi exibida ontem em mais de mil comunidades de 50 países diferentes, diversos especialistas da área obstétrica, de direitos humanos e das mulheres, de diversas nacionalidades, falam sobre os abusos e a violência que gestantes sofrem em todos os lugares, por não poder escolher como dar à luz.
Para delimitar legalmente esses direitos, Anna Ternovsky, da Hungria, entrou com ação contra o estado na Corte Europeia de Direitos Humanos. Anna venceu o processo. A Corte reforçou o direito supremo da mulher de escolher onde parir. O caso abriu importante precedente para dirimir casos que ocorrem não somente na Hungria, mas também na Holanda, onde parteiras podem ser processadas por assistir partos domiciliares.
“A questão que devemos discutir é o direito de escolha. As discussões sobre partos mais fisiológicos, menos intervencionistas, começou com médicos, profissionais da área, que defendiam mais respeito às escolhas das gestantes. Agora é o momento das mulheres, as principais interessadas se fazerem ouvir”, destacou o neonatalogista Carlos Eduardo Correa, um dos mediadores presentes.
“Encontros como esse são importantes para discutirmos soluções e ações que garantam os direitos reprodutivos das mulheres”, destacou Deborah Delage, profissional de saúde e uma das coordenadoras do grupo de apoio a incentivo à maternidade ativa do ABC, que viabilizou a exibição do filme na região.
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