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1 de agosto de 2013

Memória e Contexto - Parte 2:

No final de 2012, o Grupo MaternaMente foi convidado a falar sobre gestação e parto no programa Memória e Contexto, da TVTO Memória e Contexto tem por objetivo ativar o pensamento e a ação crítica por meio de conteúdos apresentados com o apoio do acervo da TVT e através dos testemunhos de quem viu ou viveu os fatos. No estúdio, convidados e apresentadora refletem sobre a conjuntura atual em um bate-papo informal mesclado com música. No programa que foi ao ar em 12 de dezembro de 2012, com uma hora de duração, a repórter Maria Amélia Rocha Lopes nos recebeu junto à pedagoga Fátima Gonçalves Benevides, integrante do Projeto Menina Mãe da Associação Paulista de Medicina, subsede Santos. A discussão sobre humanização da assistência foi intercalada com deliciosas intervenções musicais ao vivo do artista João Macacão. Recentemente os links para o programa foram disponibilizados online pelo canal, o que nos motiva hoje a refletir sobre os temas novamente. Convidamos você a pensar junto com a gente sobre os nós-críticos que ainda precisamos desatar para termos assistência digna, respeitosa e segura para mulheres nesta etapa de suas vidas.



Neste bloco do programa, dois assuntos ficaram no foco: a Depressão Pós-Parto e a Humanização da Assistência.

Você se sentiu triste, incapaz, incompetente, logo que seu bebê nasceu? Sentia-se mal ao lembrar de como tinha sido tratada pelas equipes de atendimento durante o processo de gestação e nascimento? Conseguiu falar disso com as pessoas ao seu redor? Se venceu essa barreira e contou do seu mal-estar, sentiu-se acolhida?
A maioria das mulheres sente algum tipo de desconforto emocional quando nascem os filhos. Os desafios percebidos, o novo, a privação do sono, os receios ligados às responsabilidades que se apresentam, as dificuldades no relacionamento com @ parceir@, a assistência desrespeitosa e violenta no parto, a desconsideração de suas capacidades, e mais uma lista que você pode continuar escrevendo: tudo isso e muito mais pode desencadear um sentimento profundo de inadequação que, se não for acolhido com afeto, apoio, suporte e empatia pode levar a mulher a um estado depressivo. Estamos muito acostumadas a pensar em nós mesmas como causa e consequência dos problemas que nos acometem, mas precisamos romper com esse raciocínio: esse é um caso claro de responsabilidade coletiva! De sua parte, ponha a boca no trombone e fale do que te incomoda para quem estiver mais perto. Se encontrar um grupo de apoio para o pós-parto, tanto melhor. Conselho para todas as outras pessoas: olhem para a mulher - ela não é um recipiente de carregar bebê! Visitas, ao invés de presentes, levem sua mão-de-obra: passem um pano no chão, levem comida, lavem a louça empilhada na pia, pendurem a roupa no varal, levem o menor para passear na praça. Homens-pais, particularmente: usem este momento para rever tudo o que pensavam antes a respeito de tarefas domésticas e ponham a mão na massa - a casa é responsabilidade de quem nela mora. Pequenos atos que podem mudar o dia de cinza para azul e auxiliar uma mulher a se sentir capaz de dar conta da maternidade.

Quanto à humanização... sinto que temos um caminho longo, tortuoso e acidentado para trilhar. Se fosse fácil, não seria necessário militar por isso, certo? É justamente por estarmos imersas em uma cultura que parte do conceito do corpo feminino como imperfeito e perigoso, portanto objeto de correção necessariamente, que parece às vezes que clamamos no deserto. Assistência baseada em rótulos: adolescente, primípara idosa, com problemas de fertilidade. Todos adjetivos para apontar "defeitos" femininos que justificam uma série de intervenções sem qualquer base científica. Vamos combinar um mantra? "Assistirás com respeito aos direitos humanos e com base em evidências científicas". Simples, não?

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