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3 de agosto de 2011

Sobre opções e escolhas

Amamentar faz bem para o bebê e para a mãe. Isso, quase todo mundo já sabe e está nos jornais, nas revistas, na TV, nos hospitais, nas maternidades. Está em todo lugar e até parece que só não amamenta a mãe que é desnaturada.

Mas amamentar, além de bom e prazeroso, também pode ser difícil. Porque amamentar consome energia do corpo da mulher, toma o tempo do casal, atrai ollhares muitas vezes impertinentes.

Amamentar também pode ser difícil porque a mulher não entrou em trabalho de parto, os hormônios não inundaram seu corpo, o bebê foi separado da mãe (e passou horas na sala de observação), o pós-parto foi solitário e doloroso.

Amamentar também pode ser difícil porque a mulher e o bebê não puderam experimentar seus primeiros contatos instintivamente, a tensão atrapalhou a postura do dueto, a primeira pega não foi correta, o mamilo fissurou.

Amamentar também pode ser difícil porque não amamentar pode ser mais fácil em uma sociedade pautada pela produtividade, pela felicidade incondicional obrigatória, pela necessidade de prazer rápido, pelo imediatismo, pelo preconceito, pela mercantilização do corpo feminino, pela imbecilização da mulher.

Sempre que uma mulher decide algo, ela decide diante das opções que lhe são oferecidas. Muitas vezes, não há opção possível. E assim é com a amamentação: muitas vezes, a mulher não enxerga opção, a não ser deixar de amamentar. Pressão para que ela enverede por esse caminho há de todo tipo: do patrão (como nesta notícia), do médico, dos conhecidos, da família, do companheiro, da publicidade, entre tantos outros exemplos, como conta também a Renata Penna (veja "Uma escolha que vem de dentro").

Pois é. Amamentar é uma das coisas mais gostosas do mundo. E não faz mal nem engorda (embora faça crescer!). Acho que é por isso que se tenta, ao máximo, dificultar a amamentação. Uma coisa tão boa dessas não pode ser assim, tão fácil de conseguir...

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