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10 de abril de 2014

Direitos em cheque

No romper de abril, fui surpreendida por notícias sulistas de que uma mulher estaria sofrendo pressão da assistência para se submeter a uma cesariana. Por meio do Facebook, infelizmente acompanhei cada etapa desse caso que ganhou repercussão nacional, tamanha a violência envolvida. Se você não sabe do que estou falando, leia mais sobre o caso Adelir. Adelir é o nome dessa mulher que apenas desejava parir. Em paz. Em segurança. Em acordo com suas raízes étnicas e culturais. Porém, em franco desrespeito ao código de ética médica e aos direitos humanos, em uma atitude tão inédita quanto temerária, os profissionais envolvidos na assistência a Adelir recorreram ao Ministério Público e, com uso de força policial, levaram-na ao hospital e procederam à cirurgia.


Nas redes sociais, nos blogs e mesmo na grande mídia há numerosas informações a respeito do caso de Torres (RS), inclusive sobre a desnecessidade da intervenção cirúrgica do ponto de vista das evidências científicas. Assim, neste momento, não vou analisar as justificativas utilizadas pela equipe assistencial, todas elas bastante questionáveis. Porém, não posso deixar de me posicionar quanto à arbitrariedade envolvida. Vou me juntar a outras pessoas que, como eu, enxergam nesse caso um perigoso precedente para invadir o corpo da mulher a sua revelia, ou seja, sem seu consentimento. O ato em solidariedade a Adelir e contra a violação do corpo da mulher  começará amanhã à tarde e se estenderá noite adentro. Vamos lá?

Ato nacional contra a violência obstétrica
Sexta-feira, 11 de abril
Em São Paulo, concentração a partir das 13h
Em frente à Faculdade de Direito da USP
Largo São Francisco, 133 - Centro de São Paulo

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