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26 de outubro de 2013

May Pazinato - conveniências, desrespeito e violência no Santa Joana

Relato do meu parto no Santa Joana- SP 02/09/13

Aqui vou escrever como meu sonho de parto normal foi destruído pela maternidade Santa Joana. Durante a gestação do Felipe, fui atrás de informação e descobri o grande mercado lucrativo das cesáreas... as desculpas dadas para que o GO faça e as desvantagens e riscos de uma cesárea eletiva. Eu e meu marido optamos pelo parto normal, queria que o Felipe viesse ao mundo da forma mais natural possível, com bastante amor, vindo direto para os meus braços e meu peito para se aconchegar e mamar. 
Comecei a sentir as contrações e cólicas no domingo, dia 01/09 pelas 06h da manhã. Imaginei que estava chegando a hora mas segui meu dia normalmente. Fui almoçar na casa dos sogros, ao mercado, recebi minhas amigas no fim do dia mas, nesse momento, já estava com contrações mais doloridas e a cada 20 minutos. De noite assisti ao fantástico e resolvi tomar banho para relaxar... Por volta das 23h já estava com contrações a cada 8 min e bem doloridas. Foi então que depois de um tempo ainda, resolvi ir para a casa de parto do Sapopemba. Deixo claro que as minhas contrações estavam totalmente suportáveis e estava totalmente preparada para o meu parto normal. 

19 de outubro de 2013

Famílias fazem Marcha pela Humanização do Parto em S.André


Do Diário Regional
19/10/2013
Por Aline Melo

Hoje (19), no período da manhã, famílias, ativistas e profissionais de Saúde farão ato pacífico em diferentes cidades do país, entre elas, Santo André. O protesto tem como pauta a Humanização do Parto, com enfoque na melhoria das condições da assistência obstétrica e neonatal no país e na valorização dos profissionais e dos estabelecimentos de saúde onde mulheres e bebês são respeitados.
“Na nossa região não dispomos de nenhuma maternidade, privada ou pública, com atendimento humanizado e, por isso, também estamos nos mobilizando,” afirmou Carla Capuano, uma das coordenadoras da atividade. A concentração para a marcha será às 9h30, em frente ao Shopping ABC (avenida Pereira Barreto, 41). Os manifestantes sairão em caminhada até o Hospital e Maternidade Brasil.

Implementada em 2011, Rede Cegonha trouxe poucas mudanças


Do Diário Regional
19/10/2013
Por Aline Melo

O programa do governo federal Rede Cegonha, conjunto de ações que visam à qualificação do atendimento à gestante desde o início da gravidez e ao bebê até os 2 anos de vida, começou a ser implementado em 2011 na região. Entre os objetivos, está a redução da taxa de cesarianas nos hospitais públicos. No ABC, até agosto de 2013, nos estabelecimentos municipais e estaduais, a taxa de nascimentos por via cirúrgica foi de 43,6%, mais que o dobro da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS, que é 15%.

Ativista nega que mulheres preferem a cesariana


Do Diário Regional
19/10/2013
Por Aline Melo

A alegação de muitos profissionais para justificar as altas taxas de cesarianas dos hospitais privados – no ABC, nos estabelecimentos particulares, 87,5% dos nascimentos até agosto de 2013 foram por via cirúrgica – é por escolha das mulheres. A editora e ativista do parto natural, Denise Niy, contesta essa afirmação. “Há estudos brasileiros muito bem realizados que provam que a maioria das mulheres quer parir. Contudo, as pesquisas também são bastante contundentes ao mostrar que a preferência por via de nascimento muda ao longo do pré-natal e que o principal agente a influenciar essa mudança de opinião é o próprio médico”, afirmou.
Denise é uma das coordenadoras do grupo de apoio à maternidade ativa Maternamente, de Santo André, e entende essa questão como um alinhamento de interesses operado pelo médico: como para o profissional a cesariana é mais conveniente, mesmo que de modo indireto, vai fazendo com que a mulher adote seu ponto de vista.
“Em alguns casos, esse alinhamento de interesses sequer acontece, mas diante de uma indicação de cesariana no fim da gestação, verdadeira ou não, a mulher não se sente habilitada a recusar a cirurgia”, explicou. Além disso, a ativista destaca que, atualmente, o parto normal disponível à maioria das mulheres é um muito ruim. “A mulher não tem direito a acompanhante – mesmo existindo uma lei que deixa isso claro. Não tem direito a se movimentar, nem a escolher a posição em que deseja ficar”, justificou.
Direitos negados
A editora destaca que, além da enorme lista de direitos negados, o parto normal nas maternidades brasileiras, em geral, é cheio de intervenções desnecessárias e dolorosas, como ocitocina (o “soro”) durante todo o trabalho de parto, episiotomia (“pique” no períneo) de rotina, manobra de Kristeller (quando se empurra a barriga da mulher), entre muitas outras.
“É muito comum que o parto normal seja associado à dor e ao sofrimento. Porém, é importante dizer que a maior parte desse sofrimento se deve ao modo como a mulher é atendida, não ao parto em si, que quando tratado como evento fisiológico, de modo respeitoso e baseado em evidências, constitui uma experiência prazerosa e enriquecedora”, finalizou.





Por parto normal, gestante troca plano de saúde pelo SUS

Do Diário Regional

19/10/2013
Por Aline Melo

Com 37 semanas de gestação, Juliana interrompeu acompanhamento com obstetra particular.
Foto: Arquivo pessoal

As altas taxas de cesarianas dos hospitais privados – a rede particular do ABC teve até agosto de 2013 87,5% de nascimentos por via cirúrgica – tem levado mulheres a procurar o atendimento público, mesmo contando com convênio médico. É o caso da bancária Janaina Lino Pereira, moradora de Diadema, que deu à luz seu primeiro filho em julho deste ano.

Taxa de cesariana na rede privada do ABC é de 87,5%

Do Diário Regional
19/10/2013
Por Aline Melo 

Na rede pública 43,6% dos bebês nasceram por meio de cesarianas. Foto: Divulgação


Levantamento realizado pela reportagem do Diário Regional junto às prefeituras do ABC identificou que, em 2013, dos 10.891 nascimentos ocorridos em hospitais privados até agosto, 87,5% foram por via cirúrgica. A taxa é quase seis vezes maior do que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que afirma que as cesarianas não devem ultrapassar 15% do total dos nascimentos. Na rede pública, o número é menor, mas ainda longe do ideal: 43,6% dos bebês nasceram em cirurgias. A taxa total da região é de 65,2% de cesáreas, no total de 22.066 nascimentos. Em 2011, a taxa ficou em 64,68%.Lançado este ano, o documentário O Renascimento do Parto, apresenta diversos relatos de mulheres que foram submetidas a cesarianas, não por opção, mas porque foram induzidas de alguma forma pelos médicos, com alegações não baseadas em evidências científicas. Mães, pais e profissionais que apoiam o parto normal relatam como essa experiência pode ser traumática e a cesárea sem indicação médica clara é classificada como violência obstétrica.

 

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