Relato do meu parto no Santa Joana- SP 02/09/13
Aqui vou escrever como meu sonho de parto normal foi destruído pela maternidade Santa Joana. Durante a gestação do Felipe, fui atrás de informação e descobri o grande mercado lucrativo das cesáreas... as desculpas dadas para que o GO faça e as desvantagens e riscos de uma cesárea eletiva. Eu e meu marido optamos pelo parto normal, queria que o Felipe viesse ao mundo da forma mais natural possível, com bastante amor, vindo direto para os meus braços e meu peito para se aconchegar e mamar.
Comecei a sentir as contrações e cólicas no domingo, dia 01/09 pelas 06h da manhã. Imaginei que estava chegando a hora mas segui meu dia normalmente. Fui almoçar na casa dos sogros, ao mercado, recebi minhas amigas no fim do dia mas, nesse momento, já estava com contrações mais doloridas e a cada 20 minutos. De noite assisti ao fantástico e resolvi tomar banho para relaxar... Por volta das 23h já estava com contrações a cada 8 min e bem doloridas. Foi então que depois de um tempo ainda, resolvi ir para a casa de parto do Sapopemba. Deixo claro que as minhas contrações estavam totalmente suportáveis e estava totalmente preparada para o meu parto normal.
26 de outubro de 2013
19 de outubro de 2013
Famílias fazem Marcha pela Humanização do Parto em S.André
Por Aline Melo
Hoje (19), no período da manhã,
famílias, ativistas e profissionais de Saúde farão ato pacífico em diferentes
cidades do país, entre elas, Santo André. O protesto tem como pauta a Humanização
do Parto, com enfoque na melhoria das condições da assistência obstétrica e
neonatal no país e na valorização dos profissionais e dos estabelecimentos de
saúde onde mulheres e bebês são respeitados.
“Na nossa região não dispomos de nenhuma
maternidade, privada ou pública, com atendimento humanizado e, por isso, também
estamos nos mobilizando,” afirmou Carla Capuano, uma das coordenadoras da
atividade. A concentração para a marcha será às 9h30, em frente ao Shopping ABC
(avenida Pereira Barreto, 41). Os manifestantes sairão em caminhada até
o Hospital e Maternidade Brasil.
Implementada em 2011, Rede Cegonha trouxe poucas mudanças
Por Aline Melo
O programa do governo federal Rede Cegonha, conjunto de ações que visam à qualificação do atendimento à gestante desde o início da gravidez e ao bebê até os 2 anos de vida, começou a ser implementado em 2011 na região. Entre os objetivos, está a redução da taxa de cesarianas nos hospitais públicos. No ABC, até agosto de 2013, nos estabelecimentos municipais e estaduais, a taxa de nascimentos por via cirúrgica foi de 43,6%, mais que o dobro da recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS, que é 15%.
Ativista nega que mulheres preferem a cesariana
Por Aline Melo
A alegação de muitos profissionais para justificar as altas taxas de
cesarianas dos hospitais privados – no ABC, nos estabelecimentos particulares,
87,5% dos nascimentos até agosto de 2013 foram por via cirúrgica – é por
escolha das mulheres. A editora e ativista do parto natural, Denise Niy,
contesta essa afirmação. “Há estudos brasileiros muito bem realizados que
provam que a maioria das mulheres quer parir. Contudo, as pesquisas também são
bastante contundentes ao mostrar que a preferência por via de nascimento muda
ao longo do pré-natal e que o principal agente a influenciar essa mudança de
opinião é o próprio médico”, afirmou.
Denise é uma das coordenadoras do grupo
de apoio à maternidade ativa Maternamente, de Santo André, e entende essa
questão como um alinhamento de interesses operado pelo médico: como para o
profissional a cesariana é mais conveniente, mesmo que de modo indireto, vai
fazendo com que a mulher adote seu ponto de vista.
“Em alguns casos, esse
alinhamento de interesses sequer acontece, mas diante de uma indicação de
cesariana no fim da gestação, verdadeira ou não, a mulher não se sente
habilitada a recusar a cirurgia”, explicou. Além disso, a ativista destaca que,
atualmente, o parto normal disponível à maioria das mulheres é um muito ruim.
“A mulher não tem direito a acompanhante – mesmo existindo uma lei que deixa
isso claro. Não tem direito a se movimentar, nem a escolher a posição em que
deseja ficar”, justificou.
Direitos negados
A editora destaca que, além da enorme lista de direitos
negados, o parto normal nas maternidades brasileiras, em geral, é cheio de
intervenções desnecessárias e dolorosas, como ocitocina (o “soro”) durante todo
o trabalho de parto, episiotomia (“pique” no períneo) de rotina, manobra de
Kristeller (quando se empurra a barriga da mulher), entre muitas outras.
“É
muito comum que o parto normal seja associado à dor e ao sofrimento. Porém, é
importante dizer que a maior parte desse sofrimento se deve ao modo como a
mulher é atendida, não ao parto em si, que quando tratado como evento
fisiológico, de modo respeitoso e baseado em evidências, constitui uma
experiência prazerosa e enriquecedora”, finalizou.
Leia também dessa série:
Por parto normal, gestante troca plano de saúde pelo SUS
Do Diário Regional
As altas taxas de cesarianas dos hospitais privados – a rede particular
do ABC teve até agosto de 2013 87,5% de nascimentos por via cirúrgica – tem
levado mulheres a procurar o atendimento público, mesmo contando com convênio
médico. É o caso da bancária Janaina Lino Pereira, moradora de Diadema, que deu
à luz seu primeiro filho em julho deste ano.
19/10/2013
Por Aline Melo
Com 37 semanas de gestação, Juliana interrompeu acompanhamento com obstetra particular. Foto: Arquivo pessoal |
Taxa de cesariana na rede privada do ABC é de 87,5%
Do Diário
Regional
19/10/2013
Por Aline Melo
Por Aline Melo
Levantamento
realizado pela reportagem do Diário Regional junto às prefeituras do ABC
identificou que, em 2013, dos 10.891 nascimentos ocorridos em hospitais
privados até agosto, 87,5% foram por via cirúrgica. A taxa é quase seis vezes
maior do que a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), que afirma
que as cesarianas não devem ultrapassar 15% do total dos nascimentos. Na rede
pública, o número é menor, mas ainda longe do ideal: 43,6% dos bebês nasceram
em cirurgias. A taxa total da região é de 65,2% de cesáreas, no total de 22.066
nascimentos. Em 2011, a taxa ficou em 64,68%.Lançado este ano, o documentário O
Renascimento do Parto, apresenta diversos relatos de mulheres que foram
submetidas a cesarianas, não por opção, mas porque foram induzidas de alguma
forma pelos médicos, com alegações não baseadas em evidências científicas.
Mães, pais e profissionais que apoiam o parto normal relatam como essa
experiência pode ser traumática e a cesárea sem indicação médica clara é
classificada como violência obstétrica.
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