O corpo da mulher, exposto e explorado, sem que percebamos, sem que pensemos a respeito. Sinto-me indignada com mulheres frutas ou plantas rebolando pra aumentar a audiência, mas a exposição e a exploração vão muito além disso.
Il corpo delle donne tem 24 minutos, aqui com legendas em português.
Não se assuste com o tempo de duração, afinal, hoje é domingo e você não precisa ficar olhando para as "assistentes de palco" com decotes insinuantes - e mudas, claro. Chame o marido, companheiro, namorado, irmão, pai e mais todas as mulheres que conhecer e clique logo no play.
30 de maio de 2010
27 de maio de 2010
Tudo ao mesmo tempo... na semana que passou!
- Exposição fotográfica na Faculdade de Saúde Pública da USP: Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento. Este ano, o tema escolhido foi Parir e Nascer, do Trauma ao Prazer. Passe lá e confira!
- Seminário na mesma faculdade sobre direitos e saúde materna, especificamente sobre parto e nascimento respeitosos, com presença da Parto do Princípio.
- Enfim cheguei à última aula da primeira disciplina de mestrado. Mas isso não significa refresco, afinal, já estou frequentando outra disciplina e ainda tenho uma monografia a redigir.
- Entre idas e vindas pelos corredores da Faculdade de Saúde Pública e pela grande rede, enfim encontrei um artigo do Prof. Ruy Laurenti a respeito da mortalidade materna. Bastante objetivo e precioso para quem, como eu, está começando a estudar assuntos ligados à saúde da mulher.
- A vida na metrópole está me matando. Quase no estágio de "ou eu acabo com ela ou ela acaba comigo". Antes que isso aconteça, estou tentando melhorar meu cotidiano profissional, maternal, filial, namoradal... Por conta disso e dos inúmeros compromissos assumidos pela polivalente Déborah, este mês, infelizmente, não teremos encontro de apoio à maternidade ativa.
- O que não significa, absolutamente, que o grupo tenha encerrado suas atividades. Então, tratem de sugerir temas e datas para os próximos encontros!
- Seminário na mesma faculdade sobre direitos e saúde materna, especificamente sobre parto e nascimento respeitosos, com presença da Parto do Princípio.
- Enfim cheguei à última aula da primeira disciplina de mestrado. Mas isso não significa refresco, afinal, já estou frequentando outra disciplina e ainda tenho uma monografia a redigir.
- Entre idas e vindas pelos corredores da Faculdade de Saúde Pública e pela grande rede, enfim encontrei um artigo do Prof. Ruy Laurenti a respeito da mortalidade materna. Bastante objetivo e precioso para quem, como eu, está começando a estudar assuntos ligados à saúde da mulher.
- A vida na metrópole está me matando. Quase no estágio de "ou eu acabo com ela ou ela acaba comigo". Antes que isso aconteça, estou tentando melhorar meu cotidiano profissional, maternal, filial, namoradal... Por conta disso e dos inúmeros compromissos assumidos pela polivalente Déborah, este mês, infelizmente, não teremos encontro de apoio à maternidade ativa.
- O que não significa, absolutamente, que o grupo tenha encerrado suas atividades. Então, tratem de sugerir temas e datas para os próximos encontros!
16 de maio de 2010
Dia das Mães extemporâneo
Primeiro bloco do programa Globo Comunidade de Pernambuco, com Júlia Morim, coordenadora do grupo Boa Hora, e uma obstetra que tenta fazer papel de boazinha, mas não se esquiva de disseminar a cultura do medo e do risco.
http://pe360graus.globo.com/videos/cidades/saude/2010/05/09/VID,16477,4,62,VIDEOS,879-1O-BLOCO-GLOBO-COMUNIDADE-HOMENAGEIA-MAES-DOMINGO.aspx
http://pe360graus.globo.com/videos/cidades/saude/2010/05/09/VID,16477,4,62,VIDEOS,879-1O-BLOCO-GLOBO-COMUNIDADE-HOMENAGEIA-MAES-DOMINGO.aspx
14 de maio de 2010
Caderneta da saúde
O médico que acompanha o desenvolvimento do meu guri, que agora tem 4 anos e 8 meses, é o mesmo que cuida de mim, da minha mãe, da família inteira, enfim. Ele nos confortou e nos auxiliou quando minhas avós estavam no fim da vida e orientou também os cuidados com meu querido pai, que se foi há muito tempo, mas viveu com dignidade seus últimos anos por aqui.
Apesar de eu adorar os cuidados do médico da família, que por acaso é também meu primo de segundo grau, lamento o fato de ele não utilizar alguns materiais fornecidos pelo governo.
A Caderneta da Saúde, por exemplo, é muito bacana. Eu sequer a conhecia, mas dia desses, fuçando no site do Ministério da Saúde, acabei me deparando com a Caderneta e com outros materiais do governo, a maioria dos quais pode ser baixada gratuitamente (e sem violação de direitos autorais).
Há duas versões da caderneta, uma para meninas e outra para meninos. Não se trata apenas de mudar a cor da capa tampouco de sexismo, a distinção se explica pelo gráfico para acompanhamento do crescimento.
O médico da família não concorda muito com esse tipo de acompanhamento, uma vez que pode gerar preocupações exageradas quando uma criança está muito abaixo do padrão esperado - segundo ele, é preciso observar, em primeiro lugar, o desenvolvimento individual, e a partir dele considerar a herança familiar.
Contudo, todavia, entretanto... a meu ver, não deixa de ser um bom instrumento para que as próprias mães meçam e visualizem o crescimento de suas crias. Eu, pelo menos, sou uma total ameba para lembrar números. Então, nunca sei quanto meu filho pesa ou mede, quem dirá daqui a seis meses, um ano!
Baixei e imprimi a caderneta da saúde do menino e agora vou guardá-la comigo. Tem um monte de coisa lá que não serve pra mim - o calendário de vacinação, por exemplo, que eu não sigo o do governo. Mas as informações são interessantes e os registros ficarão guardados para quando meu filho for grandinho ou, quem sabe, tiver seus filhotes também.
Vale a pena fuçar nas publicações do Ministério da Saúde. Com um pouco de paciência e mais um tanto de senso crítico, pode-se obter informações úteis e valiosas.
Apesar de eu adorar os cuidados do médico da família, que por acaso é também meu primo de segundo grau, lamento o fato de ele não utilizar alguns materiais fornecidos pelo governo.
A Caderneta da Saúde, por exemplo, é muito bacana. Eu sequer a conhecia, mas dia desses, fuçando no site do Ministério da Saúde, acabei me deparando com a Caderneta e com outros materiais do governo, a maioria dos quais pode ser baixada gratuitamente (e sem violação de direitos autorais).
Há duas versões da caderneta, uma para meninas e outra para meninos. Não se trata apenas de mudar a cor da capa tampouco de sexismo, a distinção se explica pelo gráfico para acompanhamento do crescimento.
O médico da família não concorda muito com esse tipo de acompanhamento, uma vez que pode gerar preocupações exageradas quando uma criança está muito abaixo do padrão esperado - segundo ele, é preciso observar, em primeiro lugar, o desenvolvimento individual, e a partir dele considerar a herança familiar.
Contudo, todavia, entretanto... a meu ver, não deixa de ser um bom instrumento para que as próprias mães meçam e visualizem o crescimento de suas crias. Eu, pelo menos, sou uma total ameba para lembrar números. Então, nunca sei quanto meu filho pesa ou mede, quem dirá daqui a seis meses, um ano!
Baixei e imprimi a caderneta da saúde do menino e agora vou guardá-la comigo. Tem um monte de coisa lá que não serve pra mim - o calendário de vacinação, por exemplo, que eu não sigo o do governo. Mas as informações são interessantes e os registros ficarão guardados para quando meu filho for grandinho ou, quem sabe, tiver seus filhotes também.
Vale a pena fuçar nas publicações do Ministério da Saúde. Com um pouco de paciência e mais um tanto de senso crítico, pode-se obter informações úteis e valiosas.
13 de maio de 2010
Repercussão
Em março, a Parto do Princípio entregou ao Ministério Público Federal inúmeras denúncias de desrespeito à lei do acompanhante no parto. Não por acaso, o assunto virou tema de notícia, como esta aqui do Bom Dia Brasil.
Ressalva: em junho de 2010 entra em vigor a RN 211 da ANS, na qual:
"Art. 19. O Plano Hospitalar com Obstetrícia compreende toda a cobertura definida no artigo 18 desta Resolução, acrescida dos procedimentos relativos ao pré-natal, da assistência ao parto e puerpério, observadas as seguintes exigências:
I – cobertura das despesas, conforme indicação do médico assistente e legislações vigentes, relativas a um acompanhante indicado pela mulher durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, conforme assegurado pela Lei 11.108, de 7 de abril de 2005, ou outra que venha substituí-la;"
Ou seja, as despesas de roupa esterelizada devem ser cobertas pelos planos, e de acordo com as transcrições do GT que elaborou a RN 211, devem cobrir o fornecimento das refeições e a acomodação adequada para o acompanhante pernoitar.
http://g1.globo.com/videos/bom-dia-brasil/v/lei-assegura-a-gravidas-direito-de-ter-um-acompanhante-no-parto/1262503/#/Edi%C3%A7%C3%B5es/20100513/page/2
Dica da Cris Kiki!
Ressalva: em junho de 2010 entra em vigor a RN 211 da ANS, na qual:
"Art. 19. O Plano Hospitalar com Obstetrícia compreende toda a cobertura definida no artigo 18 desta Resolução, acrescida dos procedimentos relativos ao pré-natal, da assistência ao parto e puerpério, observadas as seguintes exigências:
I – cobertura das despesas, conforme indicação do médico assistente e legislações vigentes, relativas a um acompanhante indicado pela mulher durante o trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, conforme assegurado pela Lei 11.108, de 7 de abril de 2005, ou outra que venha substituí-la;"
Ou seja, as despesas de roupa esterelizada devem ser cobertas pelos planos, e de acordo com as transcrições do GT que elaborou a RN 211, devem cobrir o fornecimento das refeições e a acomodação adequada para o acompanhante pernoitar.
http://g1.globo.com/videos/bom-dia-brasil/v/lei-assegura-a-gravidas-direito-de-ter-um-acompanhante-no-parto/1262503/#/Edi%C3%A7%C3%B5es/20100513/page/2
Dica da Cris Kiki!
12 de maio de 2010
Reportagem humanizada
Mães já optam pelo parto humanizado
Publicação: 09 de Maio de 2010 às 00:00
Ellen Rodrigues - Repórter
Elisa Elsie
Humanização do parto passa a ser uma tendência
A luta pela vida começa no parto. Literalmente. De um lado, a ocitocina, hormônio que estimula a expulsão do bebê, confronta a adrenalina, hormônio do medo e da “fuga”. Se o primeiro prevalece, o parto é tranquilo. O estresse da adrenalina, por sua vez, atrapalha, prepara os músculos para o perigo e torna tudo difícil. Esse processo ajuda a entender a importância do parto natural e humanizado, que vem perdendo espaço na “era da cesárea”.
O Ministério da Saúde preconiza que entre 10% e 15% dos partos tenham algum procedimento cirúrgico. Mas o que se vê na rede privada, principalmente, é uma maioria de 90% em cesáreas. A assistência humanizada busca dar segurança e conforto à grávida na hora de ter o bebê, e estimular o parto via vaginal. A paz e a tranquilidade reinam no Hospital da Mulher e Maternidade Professor Leide Morais.
Cada uma das 16 suítes se transformam em um verdadeiro “ninho” temporário de cada família. O nome do bebê e da mãe ficam na porta, para que todos sejam chamados pelo nome. “É preciso bater antes de entrar”, explica Edilza Pinheiro, diretora do Hospital da Mulher e Maternidade Prof. Leide Morais. Tudo se passa no quarto: pré-parto, nascimento e a recuperação.
O modelo previne ainda que o recém-nascido seja trocado ou raptado dentro da maternidade, medo de Maria Jerônimo, 23, que teve a segunda filha na unidade. “Tinha o maior medo que trocassem com outro bebê, mas aqui não tem como”. Isso porque em nenhum momento o bebê sai de perto da mãe, e deixa a unidade já registrado em cartório. “Temos uma pessoa treinada para fazer esse procedimento no Hospital”, diz Edilza.
Acolhimento é palavra essencial no vocabulário da equipe de saúde humanizada. Virgílio Rodrigues e a mulher Maria das Dores ganharam a pequena Maria Fernanda na terça-feira. O pai acompanhou tudo de perto, e se surpreendeu com o carinho recebido no Hospital. “Não esperava que fosse assim”. Edilza Pinheiro defende que o parto humanizado resgata a postura ética dos profissionais. “Eles precisam ser mais sensíveis”, diz.
Para ela, nascer é um ato biológico como dormir, e a grávida deve ter autonomia sobre ele. A Maternidade segue os dez passos da Política Nacional de Humanização do Parto e Nascimento, do MS, onde o programa recebeu o nome de “Bem nascer, eu acolho a vida”. Privacidade, aleitamento ainda na primeira hora de vida e direito a acompanhante no processo de nascimento do bebê até a alta são alguns desses itens.
Dos cerca de 12 partos que acontecem diariamente, nunca se registrou óbito. “Não é preciso de muita tecnologia para se conseguir oferecer essa qualidade à grávida. Isso parte basicamente do recurso humano disponível. Da equipe que faz com que ela se sinta apoiada”, diz a coordenadora de Enfermagem do Hospital, Nívea Jerônimo. “Assim, ela exerce sua cidadania, torna-se protagonista da ação de parir, que não é papel do médico, do enfermeiro nem do técnico”.
O clima é tão familiar que muitas das mães retornam mais tarde com o bebê. “A grávida se sente emponderada, ou seja, capaz de atuar ativamente, não é mera expectadora do processo, ela entende o que está acontecendo” , acrescenta.
“A mulher não pensa na gestação”
Elisa Elsie
Edilza Pinheiro, diretora da Escola Maternidade Januário Cicco, defensora do parto humanizado
Enxoval e pré-natal são o ideal da maioria das gestantes que se preparam para a chegada do bebê. Na opinião da fonoaudióloga Maria do Rosário Bezerra, os itens não são suficientes para que tudo ocorra bem. A correria do dia-a-dia interfere na vida da gestante, que não engravida “psicologicamente”.
“A mulher engravida para procriar mas nem sempre se doa a esse momento, em um curso de gestante, por exemplo. Hoje só se sabe que ela está grávida porque tem a barriga, mas a rotina é a mesma e ela não pensa na gestação em si”, comenta. Para Maria do Rosário, é preciso desmistificar a cultura de que o parto é tratado como doença.
“Será que 90% das mulheres da rede privada têm dificuldade para parir?”, reflete. A enfermeira Nívea Jerônimo ressalta a questão econômica que permeia o crescimento das cesáreas. “É mais fácil também para o médico agendar a hora em que o bebê vai nascer. Assim, ele não precisa esperar, pode agendar dez por dia”, critica.
O projeto “Bem Nascido, eu acolho a vida” tem ainda o objetivo de fazer com que a mulher redescubra sua feminilidade. Segundo Rosário, o ato de parir é um rito de passagem para a nova função de mãe, que deve ser exercida com autonomia. As especialistas acreditam que quanto mais a filosofia do parto humanizado é resgatada, mais bebês terão a chance de nascer em partos normais.
“A cesárea é um ato médico, mas o parto vaginal é fisiológico. A mãe não precisou de ajuda para engravidar, e o parto é o término da relação sexual de amor e prazer”, diz a enfermeira Nívea Jerônimo. Edilza Pinheiro, que é ginecologista e obstetra, lembra que o parto foi transferido ao âmbito residencial para o hospital para proporcionar uma atenção adequada à mulher, o que não significa a intervenção cirúrgica, “a menos que seja necessária”.
Grávidas têm medo de serem mal atendidas
A simples transferência da gestante em trabalho de parto de uma unidade de saúde para outra sem alguém para acompanhá-la pode gerar uma angústia que atrapalha o processo de parir. Um dos maiores medos da grávida é chegar em um local desconhecido e ser mal atendida, faltar vaga. “Se isso acontece, a gestante não se abre para parir, produz pouca ocitocina”, diz Edilza Pinheiro.
Se assustada, o corpo produz adrenalina, que pode desencadear um processo de não parto e até de morte. Nesse contexto, o acompanhante é um fator essencial para um parto tranquilo. “É alguém que vai ajudá-la a ficar mais relaxada”. O ideal é que esse acompanhante seja escolhido no início da gravidez e acompanhe a grávida durante o pré-natal, consultas e visita à maternidade.
As visitas abertas são outra proposta do projeto “Bem Nascer eu acolho a vida”, e ajuda a grávida a se familiarizar com a unidade, sendo realizada a partir dos sete meses de gestação. Ela é promovida pelas equipes de PSF (Programa Saúde da Família), que realizam o pré-natal na rede de atenção básica.
“Isso faz com que ela se sinta acolhida, como se ela tivesse entrando na casa dela”, diz Edilza. Mesmo quando o pré-natal não foi realizado, como é o caso de muitas gestante que chegam do interior do Estado, a assistência é humanizada. “É mais difícil mas mesmo na hora é melhor do que nada”.
Quando acolhida, a equipe orienta a grávida como utilizar os equipamentos que vão ajudar no parto, que é outro diferencial do parto humanizado na unidade. Além da cama em várias, uma espécie de “cavalinho”, e uma bola estão disponíveis. “A grávida é livre para escolher a melhor posição para ter o bebê, seja sentada, em pé, de quatro ou de cócoras”.
Doulas
O acompanhante não é o único que ajuda na hora do parto. As “doulas” também participam de forma ativa no processo. Dentro da humanização do serviço, a doula presta também suporte emocional e psicológico, carregado de alguma competência técnica adquirida por experiência ou um treinamento específico para a função.
“Doula significa mulher que serve,ou seja, fica à disposição de quem está parindo para dar água para abanar, tirar o suor, e a priori, pode ser qualquer pessoa, seja um profissional do hospital ou alguém da comunidade”, explica Edilza Pinheiro. Uma das metas deste ano é que o serviço seja ampliado com as chamadas “doulas comunitárias”.
“Ao longo do ano buscamos inserir cada vez mais a comunidade, com um treinamento, em que as candidatas vão receber orientação sobre a fisiologia da gravidez, como acolhe o parto e como ajudar”.
Publicação: 09 de Maio de 2010 às 00:00
Ellen Rodrigues - Repórter
Elisa Elsie
Humanização do parto passa a ser uma tendência
A luta pela vida começa no parto. Literalmente. De um lado, a ocitocina, hormônio que estimula a expulsão do bebê, confronta a adrenalina, hormônio do medo e da “fuga”. Se o primeiro prevalece, o parto é tranquilo. O estresse da adrenalina, por sua vez, atrapalha, prepara os músculos para o perigo e torna tudo difícil. Esse processo ajuda a entender a importância do parto natural e humanizado, que vem perdendo espaço na “era da cesárea”.
O Ministério da Saúde preconiza que entre 10% e 15% dos partos tenham algum procedimento cirúrgico. Mas o que se vê na rede privada, principalmente, é uma maioria de 90% em cesáreas. A assistência humanizada busca dar segurança e conforto à grávida na hora de ter o bebê, e estimular o parto via vaginal. A paz e a tranquilidade reinam no Hospital da Mulher e Maternidade Professor Leide Morais.
Cada uma das 16 suítes se transformam em um verdadeiro “ninho” temporário de cada família. O nome do bebê e da mãe ficam na porta, para que todos sejam chamados pelo nome. “É preciso bater antes de entrar”, explica Edilza Pinheiro, diretora do Hospital da Mulher e Maternidade Prof. Leide Morais. Tudo se passa no quarto: pré-parto, nascimento e a recuperação.
O modelo previne ainda que o recém-nascido seja trocado ou raptado dentro da maternidade, medo de Maria Jerônimo, 23, que teve a segunda filha na unidade. “Tinha o maior medo que trocassem com outro bebê, mas aqui não tem como”. Isso porque em nenhum momento o bebê sai de perto da mãe, e deixa a unidade já registrado em cartório. “Temos uma pessoa treinada para fazer esse procedimento no Hospital”, diz Edilza.
Acolhimento é palavra essencial no vocabulário da equipe de saúde humanizada. Virgílio Rodrigues e a mulher Maria das Dores ganharam a pequena Maria Fernanda na terça-feira. O pai acompanhou tudo de perto, e se surpreendeu com o carinho recebido no Hospital. “Não esperava que fosse assim”. Edilza Pinheiro defende que o parto humanizado resgata a postura ética dos profissionais. “Eles precisam ser mais sensíveis”, diz.
Para ela, nascer é um ato biológico como dormir, e a grávida deve ter autonomia sobre ele. A Maternidade segue os dez passos da Política Nacional de Humanização do Parto e Nascimento, do MS, onde o programa recebeu o nome de “Bem nascer, eu acolho a vida”. Privacidade, aleitamento ainda na primeira hora de vida e direito a acompanhante no processo de nascimento do bebê até a alta são alguns desses itens.
Dos cerca de 12 partos que acontecem diariamente, nunca se registrou óbito. “Não é preciso de muita tecnologia para se conseguir oferecer essa qualidade à grávida. Isso parte basicamente do recurso humano disponível. Da equipe que faz com que ela se sinta apoiada”, diz a coordenadora de Enfermagem do Hospital, Nívea Jerônimo. “Assim, ela exerce sua cidadania, torna-se protagonista da ação de parir, que não é papel do médico, do enfermeiro nem do técnico”.
O clima é tão familiar que muitas das mães retornam mais tarde com o bebê. “A grávida se sente emponderada, ou seja, capaz de atuar ativamente, não é mera expectadora do processo, ela entende o que está acontecendo” , acrescenta.
“A mulher não pensa na gestação”
Elisa Elsie
Edilza Pinheiro, diretora da Escola Maternidade Januário Cicco, defensora do parto humanizado
Enxoval e pré-natal são o ideal da maioria das gestantes que se preparam para a chegada do bebê. Na opinião da fonoaudióloga Maria do Rosário Bezerra, os itens não são suficientes para que tudo ocorra bem. A correria do dia-a-dia interfere na vida da gestante, que não engravida “psicologicamente”.
“A mulher engravida para procriar mas nem sempre se doa a esse momento, em um curso de gestante, por exemplo. Hoje só se sabe que ela está grávida porque tem a barriga, mas a rotina é a mesma e ela não pensa na gestação em si”, comenta. Para Maria do Rosário, é preciso desmistificar a cultura de que o parto é tratado como doença.
“Será que 90% das mulheres da rede privada têm dificuldade para parir?”, reflete. A enfermeira Nívea Jerônimo ressalta a questão econômica que permeia o crescimento das cesáreas. “É mais fácil também para o médico agendar a hora em que o bebê vai nascer. Assim, ele não precisa esperar, pode agendar dez por dia”, critica.
O projeto “Bem Nascido, eu acolho a vida” tem ainda o objetivo de fazer com que a mulher redescubra sua feminilidade. Segundo Rosário, o ato de parir é um rito de passagem para a nova função de mãe, que deve ser exercida com autonomia. As especialistas acreditam que quanto mais a filosofia do parto humanizado é resgatada, mais bebês terão a chance de nascer em partos normais.
“A cesárea é um ato médico, mas o parto vaginal é fisiológico. A mãe não precisou de ajuda para engravidar, e o parto é o término da relação sexual de amor e prazer”, diz a enfermeira Nívea Jerônimo. Edilza Pinheiro, que é ginecologista e obstetra, lembra que o parto foi transferido ao âmbito residencial para o hospital para proporcionar uma atenção adequada à mulher, o que não significa a intervenção cirúrgica, “a menos que seja necessária”.
Grávidas têm medo de serem mal atendidas
A simples transferência da gestante em trabalho de parto de uma unidade de saúde para outra sem alguém para acompanhá-la pode gerar uma angústia que atrapalha o processo de parir. Um dos maiores medos da grávida é chegar em um local desconhecido e ser mal atendida, faltar vaga. “Se isso acontece, a gestante não se abre para parir, produz pouca ocitocina”, diz Edilza Pinheiro.
Se assustada, o corpo produz adrenalina, que pode desencadear um processo de não parto e até de morte. Nesse contexto, o acompanhante é um fator essencial para um parto tranquilo. “É alguém que vai ajudá-la a ficar mais relaxada”. O ideal é que esse acompanhante seja escolhido no início da gravidez e acompanhe a grávida durante o pré-natal, consultas e visita à maternidade.
As visitas abertas são outra proposta do projeto “Bem Nascer eu acolho a vida”, e ajuda a grávida a se familiarizar com a unidade, sendo realizada a partir dos sete meses de gestação. Ela é promovida pelas equipes de PSF (Programa Saúde da Família), que realizam o pré-natal na rede de atenção básica.
“Isso faz com que ela se sinta acolhida, como se ela tivesse entrando na casa dela”, diz Edilza. Mesmo quando o pré-natal não foi realizado, como é o caso de muitas gestante que chegam do interior do Estado, a assistência é humanizada. “É mais difícil mas mesmo na hora é melhor do que nada”.
Quando acolhida, a equipe orienta a grávida como utilizar os equipamentos que vão ajudar no parto, que é outro diferencial do parto humanizado na unidade. Além da cama em várias, uma espécie de “cavalinho”, e uma bola estão disponíveis. “A grávida é livre para escolher a melhor posição para ter o bebê, seja sentada, em pé, de quatro ou de cócoras”.
Doulas
O acompanhante não é o único que ajuda na hora do parto. As “doulas” também participam de forma ativa no processo. Dentro da humanização do serviço, a doula presta também suporte emocional e psicológico, carregado de alguma competência técnica adquirida por experiência ou um treinamento específico para a função.
“Doula significa mulher que serve,ou seja, fica à disposição de quem está parindo para dar água para abanar, tirar o suor, e a priori, pode ser qualquer pessoa, seja um profissional do hospital ou alguém da comunidade”, explica Edilza Pinheiro. Uma das metas deste ano é que o serviço seja ampliado com as chamadas “doulas comunitárias”.
“Ao longo do ano buscamos inserir cada vez mais a comunidade, com um treinamento, em que as candidatas vão receber orientação sobre a fisiologia da gravidez, como acolhe o parto e como ajudar”.
11 de maio de 2010
Carta Aberta a Alexandre Garcia
Considerações sobre a "bobagem" do Parto Humanizado
Quem está brincando com a saúde?
Caro Sr. Alexandre Garcia,
Somos mulheres ativistas da Rede Parto do Princípio, uma rede nacional, com mais de 100 mulheres por todo o Brasil, que luta para que toda mulher possa ter uma maternidade consciente e ativa através de informação adequada e embasada cientificamente sobre gestação, parto e nascimento.
É com profundo pesar que recebemos em pleno dia das mães uma fala cheia de preconceitos sobre a maternidade em um veículo de comunicação pública.
Diante de sua fala, nota-se o profundo desconhecimento das políticas de controle de infecção hospitalar, como também da legislação que garante a toda mulher o direito à presença de um acompanhante de sua livre escolha no pré-parto, parto e pós-parto imediato. Não é só uma "bobagem" do Ministério da Saúde. É lei (Lei Federal n° 11.108 de 2005). Uma lei que vem sendo sumariamente descumprida por todo o país.
Transcrição realizada a partir do áudio disponível em:
http://cbn.globoradio.globo.com/colunas/mais-brasilia/MAIS-BRASILIA.htm
"[...] eu tô criticando essa bobagem do Ministério da Saúde de parto humanizado... será que vão deixar entrar um pai na sala cirúrgica pra infectar a sala cirúrgica? O pai barbudo, cabeludo, bêbado, sei lá o quê, mas enfim... hã... vestido com... com poeira da rua numa sala cirúrgica? Isso é um absurdo. Ah, mas é o parto de cócoras... tudo bem, peça para sua mulher fazer um parto de cócoras pra ver o que vai acontecer com o joelhos dela, não é índia, nã... vão... vão acabar... É um sofrimento. Ah, porque as cesárias... eu disse olha... que ele mesmo concorda que o... o serviço público as cesárias só é feita [sic] em último caso... é parto normal normalmente... não precisa ficar anunciando que o hospital do Gama vai ter isso [...]"
Existem normas de controle de infecção hospitalar que devem ser cumpridas por toda a equipe de saúde, pelos pacientes e por seus acompanhantes. Independente se são "cabeludos", "carecas" ou "barbudos". Seguidas essas normas, não há porque restringir o acesso do acompanhante. O direito da mulher não pode ser violado a partir de discriminação, de preconceito.
Várias pesquisas comprovaram que a presença do acompanhante no parto proporciona uma série de benefícios como: maior sentimento de confiança, aumento no índice de amamentação, diminuição do tempo de trabalho de parto, menor necessidade de parto cirúrgico, menor necessidade de medicação, menor necessidade de analgesia, menores índices de escores de Apgar abaixo de 7, menor necessidade de parto instrumental, menores taxas de dor, pânico e exaustão, entre vários outros benefícios. Diante desses indícios, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza, desde 1996, a presença de um acompanhante para a parturiente.
E isso não é bobagem. São pesquisas científicas.
Hoje, existe a possibilidade da mulher escolher a melhor posição para o parto. De posse de evidências científicas, muitos profissionais não mais recomendam uma única posição, mas permitem que a mulher encontre a posição mais confortável para dar à luz. Para a posição de "cócoras", que é como são chamadas algumas posições verticalizadas, existem apoios e banquetas. Há também muitas mulheres que conseguem ficar de cócoras sem comprometer os joelhos, mesmo as não-indígenas.
"[...] O ministério da saúde não fez só isso não. O Ministério da Saúde tá estimulando agora pessoa com HIV a engravidar. Eu duvido que o Ministério da Saúde vá fazer uma... uma cesária pela terceira vez numa mulher com HIV e respingar sangue nele pra ver o que vai acontecer. É uma... é uma maluquice. Tão fazendo uma brincadeira com a saúde... Tá lá escrito na instituição a saúde é direito de todos e dever do Estado. O Estado não está cumprindo seus deveres com a saúde... e os problemas são de gestão, são administrativos.[...]"
Atualmente, diante de assistência médica adequada, nós mulheres podemos ter uma gestação e um parto mais seguros tanto para nós, quanto para os bebês. Inclusive as mulheres HIV positivas. Existem protocolos, embasados cientificamente, para os atendimentos às soro-positivas que evitam a transmissão vertical do HIV. Todos nós temos direito à reprodução. Existem também protocolos de rotinas que protegem a equipe de saúde para que não tenham contato com sangue ou secreções; e de providências caso haja algum acidente. E isso não é maluquice. É biossegurança.
E se o Estado está tomando providências para que o pai mais "barbudo" possa acompanhar sua esposa no nascimento de seu filho, e para que pessoas como eu, como os soro positivos e até como você possam ter fihos e netos em segurança, isso não é "bobagem", isso é dever do Estado.
Mas se o senhor ainda tiver críticas à "bobagem" do Parto Humanizado ou aos partos das mulheres soro positivas, por favor, embase suas considerações com argumentos fundamentados cientificamente. Porque disparar informações incorretas em meios de comunicação pública é anti-ético e um descalabro. E é vergonhoso.
Referências Bibliográficas:
BRÜGGEMANN, O. M.; PARPINELLI, M. A.; OSIS, M. J. D. Evidências sobre o suporte durante o trabalho de parto/parto: uma revisão da literatura. Cadernos de Saúde Pública, 21 (5): 1316-1327, Rio de Janeiro, 2005.
DRAPER, J. Whose welfare in the labour room? A discussion of the increasing trend of fathers’ birth attendance. Midwifery 13, 132-138, 1997.
GUNGOR, I.; BEJI, N. K. Effects of Fathers’ Attendance to Labor and Delivery on the Experience of Childbirth in Turkey. Western Journal of Nursing Research, vol 29; March, 2007.
KLAUS, M. H.; KLAUS, P. H. Seu Surpreendente Recém-Nascido. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria MS/GM nº 2.616 de 12 de maio de 1998. Diário Oficial da União, 13 de maio de 1998.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo para prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis. Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. Brasília, Ministério da Saúde, 2006.
NAKANO, A. M. S.; SILVA, L. A.; BELEZA, A. C. S.; STEFANELLO, J.; GOMES, F. A. O suporte durante o processo de parturição: a visão do acompanhante. Acta Paul Enferm 20(2): 131-7, 2007.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, Maternidade Segura, assistência ao parto normal: um guia prático. Genebra, 1996.
STORTI, J. P. L. O papel do acompanhante no trabalho de parto e parto: expectativas e vivências do casal. Dissertação (Mestrado em Enfermagem em Saúde Pública) - Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2004.
ZHANG, J.; BERNASKO, J. W.; LEYBOVICH, E.; FAHS, M.; HATCH, M. C. Continuous labor support from labor attendant for primiparous woman: A meta-analysis. Obstetrics & Gynecology vol. 88 nº 4 (2), 1996.
Quem está brincando com a saúde?
Caro Sr. Alexandre Garcia,
Somos mulheres ativistas da Rede Parto do Princípio, uma rede nacional, com mais de 100 mulheres por todo o Brasil, que luta para que toda mulher possa ter uma maternidade consciente e ativa através de informação adequada e embasada cientificamente sobre gestação, parto e nascimento.
É com profundo pesar que recebemos em pleno dia das mães uma fala cheia de preconceitos sobre a maternidade em um veículo de comunicação pública.
Diante de sua fala, nota-se o profundo desconhecimento das políticas de controle de infecção hospitalar, como também da legislação que garante a toda mulher o direito à presença de um acompanhante de sua livre escolha no pré-parto, parto e pós-parto imediato. Não é só uma "bobagem" do Ministério da Saúde. É lei (Lei Federal n° 11.108 de 2005). Uma lei que vem sendo sumariamente descumprida por todo o país.
Transcrição realizada a partir do áudio disponível em:
http://cbn.globoradio.globo.com/colunas/mais-brasilia/MAIS-BRASILIA.htm
"[...] eu tô criticando essa bobagem do Ministério da Saúde de parto humanizado... será que vão deixar entrar um pai na sala cirúrgica pra infectar a sala cirúrgica? O pai barbudo, cabeludo, bêbado, sei lá o quê, mas enfim... hã... vestido com... com poeira da rua numa sala cirúrgica? Isso é um absurdo. Ah, mas é o parto de cócoras... tudo bem, peça para sua mulher fazer um parto de cócoras pra ver o que vai acontecer com o joelhos dela, não é índia, nã... vão... vão acabar... É um sofrimento. Ah, porque as cesárias... eu disse olha... que ele mesmo concorda que o... o serviço público as cesárias só é feita [sic] em último caso... é parto normal normalmente... não precisa ficar anunciando que o hospital do Gama vai ter isso [...]"
Existem normas de controle de infecção hospitalar que devem ser cumpridas por toda a equipe de saúde, pelos pacientes e por seus acompanhantes. Independente se são "cabeludos", "carecas" ou "barbudos". Seguidas essas normas, não há porque restringir o acesso do acompanhante. O direito da mulher não pode ser violado a partir de discriminação, de preconceito.
Várias pesquisas comprovaram que a presença do acompanhante no parto proporciona uma série de benefícios como: maior sentimento de confiança, aumento no índice de amamentação, diminuição do tempo de trabalho de parto, menor necessidade de parto cirúrgico, menor necessidade de medicação, menor necessidade de analgesia, menores índices de escores de Apgar abaixo de 7, menor necessidade de parto instrumental, menores taxas de dor, pânico e exaustão, entre vários outros benefícios. Diante desses indícios, a Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza, desde 1996, a presença de um acompanhante para a parturiente.
E isso não é bobagem. São pesquisas científicas.
Hoje, existe a possibilidade da mulher escolher a melhor posição para o parto. De posse de evidências científicas, muitos profissionais não mais recomendam uma única posição, mas permitem que a mulher encontre a posição mais confortável para dar à luz. Para a posição de "cócoras", que é como são chamadas algumas posições verticalizadas, existem apoios e banquetas. Há também muitas mulheres que conseguem ficar de cócoras sem comprometer os joelhos, mesmo as não-indígenas.
"[...] O ministério da saúde não fez só isso não. O Ministério da Saúde tá estimulando agora pessoa com HIV a engravidar. Eu duvido que o Ministério da Saúde vá fazer uma... uma cesária pela terceira vez numa mulher com HIV e respingar sangue nele pra ver o que vai acontecer. É uma... é uma maluquice. Tão fazendo uma brincadeira com a saúde... Tá lá escrito na instituição a saúde é direito de todos e dever do Estado. O Estado não está cumprindo seus deveres com a saúde... e os problemas são de gestão, são administrativos.[...]"
Atualmente, diante de assistência médica adequada, nós mulheres podemos ter uma gestação e um parto mais seguros tanto para nós, quanto para os bebês. Inclusive as mulheres HIV positivas. Existem protocolos, embasados cientificamente, para os atendimentos às soro-positivas que evitam a transmissão vertical do HIV. Todos nós temos direito à reprodução. Existem também protocolos de rotinas que protegem a equipe de saúde para que não tenham contato com sangue ou secreções; e de providências caso haja algum acidente. E isso não é maluquice. É biossegurança.
E se o Estado está tomando providências para que o pai mais "barbudo" possa acompanhar sua esposa no nascimento de seu filho, e para que pessoas como eu, como os soro positivos e até como você possam ter fihos e netos em segurança, isso não é "bobagem", isso é dever do Estado.
Mas se o senhor ainda tiver críticas à "bobagem" do Parto Humanizado ou aos partos das mulheres soro positivas, por favor, embase suas considerações com argumentos fundamentados cientificamente. Porque disparar informações incorretas em meios de comunicação pública é anti-ético e um descalabro. E é vergonhoso.
Referências Bibliográficas:
BRÜGGEMANN, O. M.; PARPINELLI, M. A.; OSIS, M. J. D. Evidências sobre o suporte durante o trabalho de parto/parto: uma revisão da literatura. Cadernos de Saúde Pública, 21 (5): 1316-1327, Rio de Janeiro, 2005.
DRAPER, J. Whose welfare in the labour room? A discussion of the increasing trend of fathers’ birth attendance. Midwifery 13, 132-138, 1997.
GUNGOR, I.; BEJI, N. K. Effects of Fathers’ Attendance to Labor and Delivery on the Experience of Childbirth in Turkey. Western Journal of Nursing Research, vol 29; March, 2007.
KLAUS, M. H.; KLAUS, P. H. Seu Surpreendente Recém-Nascido. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Portaria MS/GM nº 2.616 de 12 de maio de 1998. Diário Oficial da União, 13 de maio de 1998.
MINISTÉRIO DA SAÚDE. Protocolo para prevenção de transmissão vertical de HIV e sífilis. Secretaria de Vigilância em Saúde, Programa Nacional de DST e Aids. Brasília, Ministério da Saúde, 2006.
NAKANO, A. M. S.; SILVA, L. A.; BELEZA, A. C. S.; STEFANELLO, J.; GOMES, F. A. O suporte durante o processo de parturição: a visão do acompanhante. Acta Paul Enferm 20(2): 131-7, 2007.
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE, Maternidade Segura, assistência ao parto normal: um guia prático. Genebra, 1996.
STORTI, J. P. L. O papel do acompanhante no trabalho de parto e parto: expectativas e vivências do casal. Dissertação (Mestrado em Enfermagem em Saúde Pública) - Departamento de Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2004.
ZHANG, J.; BERNASKO, J. W.; LEYBOVICH, E.; FAHS, M.; HATCH, M. C. Continuous labor support from labor attendant for primiparous woman: A meta-analysis. Obstetrics & Gynecology vol. 88 nº 4 (2), 1996.
9 de maio de 2010
Mães e filhas
Puxa vida, este blog não pode ficar em branco justamente hoje, Dia das Mães!
Rápido, rápido, pense rápido, o que oferecer neste dia tão simbólico? Uma música, uma poesia, uma reflexão, uma singela homenagem que seja?
Puxa vida, nada me vem, nada em mente, nada, nada, nada...
Nada além da imagem da minha própria mãe, mulher batalhadora, cheia de força e de poder. E tão delicada...
Dia desses me lembrei das minhas roupas de menina, costuradas pela minha vó. Modelitos reduzidos dos looks de festa da minha mãe! E como se não bastassem os vestidos e casacos iguais aos maternos, eu tinha também pijamas e penhoares idênticos aos dela, que eu adorava vestir e exibir diante dos parentes.
Pensando bem, minha mãe é mesmo uma gentileza de pessoa. Devia ser um mico danado andar comigo por aí, nós duas de trajes iguais. Mas como isso me alegrava, vá lá, minha mãe aturava.
E sabia que a minha mãe nunca fez aniversário? Ou melhor, nunca tinha feito, até este ano, quando comemoramos suas sete décadas de vida. Vergonha fraternal, eu e meus irmãos jamais havíamos feito uma festinha para ela. Um bolo, um café da manhã, um doce, nada!
Mãe é assim. Paga mico a vida inteira, luta com unhas e dentes para dar o melhor aos filhos. E os ingratos, o que fazem? Partem para o mundo. E que alegria vê-los voar, não é mesmo?
Rápido, rápido, pense rápido, o que oferecer neste dia tão simbólico? Uma música, uma poesia, uma reflexão, uma singela homenagem que seja?
Puxa vida, nada me vem, nada em mente, nada, nada, nada...
Nada além da imagem da minha própria mãe, mulher batalhadora, cheia de força e de poder. E tão delicada...
Dia desses me lembrei das minhas roupas de menina, costuradas pela minha vó. Modelitos reduzidos dos looks de festa da minha mãe! E como se não bastassem os vestidos e casacos iguais aos maternos, eu tinha também pijamas e penhoares idênticos aos dela, que eu adorava vestir e exibir diante dos parentes.
Pensando bem, minha mãe é mesmo uma gentileza de pessoa. Devia ser um mico danado andar comigo por aí, nós duas de trajes iguais. Mas como isso me alegrava, vá lá, minha mãe aturava.
E sabia que a minha mãe nunca fez aniversário? Ou melhor, nunca tinha feito, até este ano, quando comemoramos suas sete décadas de vida. Vergonha fraternal, eu e meus irmãos jamais havíamos feito uma festinha para ela. Um bolo, um café da manhã, um doce, nada!
Mãe é assim. Paga mico a vida inteira, luta com unhas e dentes para dar o melhor aos filhos. E os ingratos, o que fazem? Partem para o mundo. E que alegria vê-los voar, não é mesmo?
6 de maio de 2010
Foi ontem
O Dia Internacional das Parteiras! A data estabelecida pela ONU visa não apenas homenagear essas mulheres como também chamar a atenção para a importância de sua atuação. Como anuncia a Confederação Internacional de Parteiras, "O mundo precisa de parteiras hoje mais do que nunca".
Algumas conhecidas postaram ontem, em seus respectivos blogs, o mesmo vídeo fofo, Mother of Many (Mãe de muitos), da britânica Emma Lazenby. Para conceber essa animação, Emma inspirou-se em sua mãe, que foi parteira por 30 anos e se aposentou em 2008. O diário do projeto pode ser conferido no blog MoM, no qual Emma escreveu sob o pseudônimo de Elsie Darkwinter. Você também pode ler mais sobre o vídeo na Animator Mag.
Com Mother of Many, Emma arrematou o prêmio Bafta de curta de animação. Embora ela se mostre muito surpresa em seu blog - pela indicação e mais ainda pela premiação -, para quem não sabe, ela é a mãe de um desenho que eu particularmente acho muito fofo e de muita qualidade, Charlie e Lola.
Eu deveria estar escrevendo sobre o papel das parteiras, sobre sua importância e sobre os entreveros com os conselhos de enfermagem no Brasil... Mas enfim, espero que as imagens valham mais do que mil palavras agora.
Algumas conhecidas postaram ontem, em seus respectivos blogs, o mesmo vídeo fofo, Mother of Many (Mãe de muitos), da britânica Emma Lazenby. Para conceber essa animação, Emma inspirou-se em sua mãe, que foi parteira por 30 anos e se aposentou em 2008. O diário do projeto pode ser conferido no blog MoM, no qual Emma escreveu sob o pseudônimo de Elsie Darkwinter. Você também pode ler mais sobre o vídeo na Animator Mag.
Com Mother of Many, Emma arrematou o prêmio Bafta de curta de animação. Embora ela se mostre muito surpresa em seu blog - pela indicação e mais ainda pela premiação -, para quem não sabe, ela é a mãe de um desenho que eu particularmente acho muito fofo e de muita qualidade, Charlie e Lola.
Eu deveria estar escrevendo sobre o papel das parteiras, sobre sua importância e sobre os entreveros com os conselhos de enfermagem no Brasil... Mas enfim, espero que as imagens valham mais do que mil palavras agora.
4 de maio de 2010
Ocitocina x Adrenalina
Curiosa entrevista de Michel Odent à Gazeta do Povo. Curiosa porque mostra o quanto nós mesmas estamos mergulhadas na cultura cesarista. A jornalista pergunta: como convencer as mulheres de que parto normal é melhor (como se todas nós já não tivéssemos essa convicção – como mostram as pesquisas - e como se nós fôssemos pacientes a implorar por uma "cirurgiazinha" abdominal) e se o elevado número de cesáreas no Brasil decorre da cultura ou da escolha médica (ignorando que o problema não está ligado ao número absoluto de procedimentos cirúrgicos, mas à proporção destes no total de partos, desconsiderando a realidade do sistema de atendimento à saúde da mulher no páis e também desconectando a prática médica da cultura hegemônica e das relações de poder, uma quase alienação do parto).
Menos adrenalina e mais ocitocina no parto
Entrevista com Michel Odent, obstetra
Publicado em 02/05/2010 | Daniela Neves
A tecnologia é aliada do homem na Medicina, mas faz com que alguns instintos sejam deixados de lado. Para o obstetra francês Michel Odent, o aparato tecnológico está tornando os partos menos eficazes. Ele defende a “mamiferização” do parto, que é como chama o conjunto de ações que fazem com que o nascimento respeite as condições inatas da mulher. Quanto mais máquinas, especialistas por perto e iluminação, menor a segurança da mulher no momento em que ela precisa estar tranquila para dar à luz, diz Odent. O bebê deveria ficar com a mãe assim que nasce e ser amamentado na primeira hora de vida. Sempre lembrando que somos animais, o obstetra fala sobre a fisiologia do parto, sobre os hormônios e substâncias ligadas ao nascimento e ao medo, que podem causar dor.
Odent ficou conhecido por introduzir no hospital de Pithiviers, na França, o conceito da casa como sala de parto e da utilização das piscinas de parto. Autor de 12 livros publicados em 22 línguas, o médico esteve em Curitiba no início de abril e conversou com o Viver Bem.
No Brasil, preconiza-se o parto humanizado que, além de prever a presença do pai ou acompanhante na sala, propõe que o bebê fique no quarto com a mãe logo depois do nascimento. O que o senhor considera parto humanizado?
Entendo o parto humanizado de uma maneira diferente. É preciso redescobrir o nascimento, libertar-se de tudo quanto é crença e ritual milenar ou cultural, eliminando o que é especificamente humano. A começar pela linguagem, que é o método humano de comunicação. É preciso satisfazer as necessidades universais específicas de mamíferos, como, por exemplo, ter segurança. Na floresta, se uma fêmea está para ter um filhote e percebe que há um predador por perto, vai liberar adrenalina, essencial em uma situação de emergência na necessidade de partir para a luta. Essa adrenalina vai bloquear o parto, postergar o nascimento. A segurança é uma necessidade básica para qualquer mamífero. Outra necessidade básica é não se sentir observado. Então, mais do que humanizar o parto, é preciso “mamiferizar” o nascimento e por isso essa expressão parto humanizado não tem o mesmo significado para mim. Humanizar é usar um número grande de ferramentas, é a cesária.
O Brasil é considerado um dos campeões em números de cesárias. O senhor acha que isso é uma consequência cultural ou uma escolha médica?
O Brasil não é exatamente o campeão em número de cesárias. Encontramos número elevado em todos os países onde existe um grande número de médicos obstetras e nos quais as parteiras desapareceram. Acontece em todas as grandes cidades da América Latina, chinesas, indianas, coreanas, iranianas, ou em qualquer parte do mundo onde o número de médicos especialistas é grande.
Na sua opinião, qual é o principal argumento para convencer as brasileiras de que o parto normal é melhor do que a cesária?
Não sei se o objetivo é convencer. Não gosto de usar essa palavra porque o que busco é compreender qual a necessidade básica da mulher. Tive a oportunidade de conversar com estudantes do Rio de Janeiro, adolescentes, e elas afirmaram que gostariam de ter parto normal. Então, creio que o obstáculo está em entender a necessidade das mulheres.
O medo da dor no parto e as facilidades de equipamentos encontradas hoje nos hospitais faz com que muitas mulheres, principalmente das classes média e alta, optem pelo parto cesáreo. O que diria a elas?
Quanto mais difícil é o parto, maior a dor. É preciso aprender a ter partos fáceis. Quando são fáceis, o sistema fisiológico protege a mulher da dor porque o nascimento é eficaz. É o parto que libera uma boa quantidade de endorfina pelo cérebro, assim como a ocitocina, fazendo com que a dor fique de lado. Ou pelo menos ela não é tão percebida. Quando existe esse equilíbrio, mesmo que haja dor, as mulheres a esquecem logo em seguida ao parto, ao contrário de quando há uma quantidade desequilibrada desses hormônios, quando há presença da adrenalina. Para que esse parto mais tranquilo aconteça, é preciso que o ambiente seja propício. O que aprendi em 50 anos acompanhando partos, seja em casa ou no hospital, é que o ambiente facilita o procedimento e reduz a dor. Esse ambiente deve ser silencioso, sem tanta gente em volta observando, sem tanta luz. Quanto mais simples, mais eficaz é o parto. Para isso é preciso compreender a fisiologia do parto e redescobrir o que é mais simples.
Recentemente, a modelo Brasileira Gisele Bündchen teve um parto em casa, em uma banheira, o que despertou curiosidade sobre esse modelo de parto. Está se tornando comum? Quais as condições para esse tipo de parto, em casa?
A mulher que vai ter o bebê necessita se sentir segura e para isso não há uma regra para todas. Ela pode se sentir segura em casa, com uma parteira, ou perto de máquinas. São mulheres diferentes, mas que têm a mesma necessidade de segurança. Hoje o parto domiciliar é possível em uma sociedade urbana na qual as mulheres vivem perto dos melhores hospitais. O ideal seria combinar o que há de bom em casa com o que há de bom no hospital.
Menos adrenalina e mais ocitocina no parto
Entrevista com Michel Odent, obstetra
Publicado em 02/05/2010 | Daniela Neves
A tecnologia é aliada do homem na Medicina, mas faz com que alguns instintos sejam deixados de lado. Para o obstetra francês Michel Odent, o aparato tecnológico está tornando os partos menos eficazes. Ele defende a “mamiferização” do parto, que é como chama o conjunto de ações que fazem com que o nascimento respeite as condições inatas da mulher. Quanto mais máquinas, especialistas por perto e iluminação, menor a segurança da mulher no momento em que ela precisa estar tranquila para dar à luz, diz Odent. O bebê deveria ficar com a mãe assim que nasce e ser amamentado na primeira hora de vida. Sempre lembrando que somos animais, o obstetra fala sobre a fisiologia do parto, sobre os hormônios e substâncias ligadas ao nascimento e ao medo, que podem causar dor.
Odent ficou conhecido por introduzir no hospital de Pithiviers, na França, o conceito da casa como sala de parto e da utilização das piscinas de parto. Autor de 12 livros publicados em 22 línguas, o médico esteve em Curitiba no início de abril e conversou com o Viver Bem.
No Brasil, preconiza-se o parto humanizado que, além de prever a presença do pai ou acompanhante na sala, propõe que o bebê fique no quarto com a mãe logo depois do nascimento. O que o senhor considera parto humanizado?
Entendo o parto humanizado de uma maneira diferente. É preciso redescobrir o nascimento, libertar-se de tudo quanto é crença e ritual milenar ou cultural, eliminando o que é especificamente humano. A começar pela linguagem, que é o método humano de comunicação. É preciso satisfazer as necessidades universais específicas de mamíferos, como, por exemplo, ter segurança. Na floresta, se uma fêmea está para ter um filhote e percebe que há um predador por perto, vai liberar adrenalina, essencial em uma situação de emergência na necessidade de partir para a luta. Essa adrenalina vai bloquear o parto, postergar o nascimento. A segurança é uma necessidade básica para qualquer mamífero. Outra necessidade básica é não se sentir observado. Então, mais do que humanizar o parto, é preciso “mamiferizar” o nascimento e por isso essa expressão parto humanizado não tem o mesmo significado para mim. Humanizar é usar um número grande de ferramentas, é a cesária.
O Brasil é considerado um dos campeões em números de cesárias. O senhor acha que isso é uma consequência cultural ou uma escolha médica?
O Brasil não é exatamente o campeão em número de cesárias. Encontramos número elevado em todos os países onde existe um grande número de médicos obstetras e nos quais as parteiras desapareceram. Acontece em todas as grandes cidades da América Latina, chinesas, indianas, coreanas, iranianas, ou em qualquer parte do mundo onde o número de médicos especialistas é grande.
Na sua opinião, qual é o principal argumento para convencer as brasileiras de que o parto normal é melhor do que a cesária?
Não sei se o objetivo é convencer. Não gosto de usar essa palavra porque o que busco é compreender qual a necessidade básica da mulher. Tive a oportunidade de conversar com estudantes do Rio de Janeiro, adolescentes, e elas afirmaram que gostariam de ter parto normal. Então, creio que o obstáculo está em entender a necessidade das mulheres.
O medo da dor no parto e as facilidades de equipamentos encontradas hoje nos hospitais faz com que muitas mulheres, principalmente das classes média e alta, optem pelo parto cesáreo. O que diria a elas?
Quanto mais difícil é o parto, maior a dor. É preciso aprender a ter partos fáceis. Quando são fáceis, o sistema fisiológico protege a mulher da dor porque o nascimento é eficaz. É o parto que libera uma boa quantidade de endorfina pelo cérebro, assim como a ocitocina, fazendo com que a dor fique de lado. Ou pelo menos ela não é tão percebida. Quando existe esse equilíbrio, mesmo que haja dor, as mulheres a esquecem logo em seguida ao parto, ao contrário de quando há uma quantidade desequilibrada desses hormônios, quando há presença da adrenalina. Para que esse parto mais tranquilo aconteça, é preciso que o ambiente seja propício. O que aprendi em 50 anos acompanhando partos, seja em casa ou no hospital, é que o ambiente facilita o procedimento e reduz a dor. Esse ambiente deve ser silencioso, sem tanta gente em volta observando, sem tanta luz. Quanto mais simples, mais eficaz é o parto. Para isso é preciso compreender a fisiologia do parto e redescobrir o que é mais simples.
Recentemente, a modelo Brasileira Gisele Bündchen teve um parto em casa, em uma banheira, o que despertou curiosidade sobre esse modelo de parto. Está se tornando comum? Quais as condições para esse tipo de parto, em casa?
A mulher que vai ter o bebê necessita se sentir segura e para isso não há uma regra para todas. Ela pode se sentir segura em casa, com uma parteira, ou perto de máquinas. São mulheres diferentes, mas que têm a mesma necessidade de segurança. Hoje o parto domiciliar é possível em uma sociedade urbana na qual as mulheres vivem perto dos melhores hospitais. O ideal seria combinar o que há de bom em casa com o que há de bom no hospital.
2 de maio de 2010
Na virada
Da São João para a Ipiranga, 16 de maio, às 15h30, tem show do Pequeno Cidadão, de grátis e na faixa. O projeto musical tem as assinaturas de Arnaldo Antunes, Edgard Scandurra, Taciana Barros e Antonio Pinto, tá bom pra você? Pra mim tá bom demais, e queria que os músicos parassem com essa história recente, de fazer música boa apenas pra criança, o que é isso, minha gente? Toda gente merece música de qualidade, e música de qualidade serve para toda a gene, independentemente da idade!
A tempo: para o próximo ano, a organização poderia pensar em um espaço dedicado à família, não é mesmo? À noitão, artistas circenses poderiam dominar o lugar com suas artes e estripulias, até a manhãzinha do domingo, quando então recepcionariam os pequenos e suas famílias.
Veja aqui a programação da Virada Cultural 2010.
A tempo: para o próximo ano, a organização poderia pensar em um espaço dedicado à família, não é mesmo? À noitão, artistas circenses poderiam dominar o lugar com suas artes e estripulias, até a manhãzinha do domingo, quando então recepcionariam os pequenos e suas famílias.
Veja aqui a programação da Virada Cultural 2010.
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