Hoje passei o dia respondendo a inúmeras felicitações que recebi, algumas por telefone, outras pessoalmente, mas principalmente pelo facebook, praga das nossas vidas!
Eu poderia até fazer uma crítica solene sobre a inutilidade das redes sociais e sobre o tempo perdido na frente do computador.
Mas não hoje.
Hoje sou mais da paz e do amor, da reverência, da comemoração, da pacificação. E também da reflexão sobre o que já vivi e sobre o que desejo viver daqui em diante.
Hoje, no ônibus, meu filho pediu pra eu ler pra ele um cartaz sobre o dia das mulheres. Esse cartaz tinha uma ilustração bonita, e várias estatísticas horrorosas, sobre violência doméstica. A cada 5 minutos, uma brasileira sofre violência. E creio que essa seja a violência física. Se fôssemos contabilizar a psicólogica, a verbal, a patrimonial...
Violência contra a mulher é das maiores covardias que nossa sociedade perpetua há séculos, sob as mais diferentes formas. Ela está em toda parte, em todas as classes, em todas as casas, em todas as instituições, eu ousaria dizer. Para enxergar, é preciso sair daquele lugar confortável em que nos colocaram, a partir do qual muita violência passa como coisa corriqueira, normal, aceitável... como gesto de amor até, a depender de quem põe o véu...
Bem, hoje eu posso dizer com propriedade: violência moral, violência verbal, violência psicólogica, violência física, violência institucional, violência obstétrica... isso tudo é uma coisa só: VIOLÊNCIA. E como tal, é inaceitável, qualquer que seja o contexto.
Enxergar a violência, tirar-lhe o véu da inocência, da rotina, da boa intenção, do ciúme, do amor, representa o primeiro passo para a autoafirmação como pessoa. E, em seguida, como pessoa digna de respeito. Esses primeiros passos são tão difíceis quanto essenciais. Hoje, posso dizer com certeza que toda mulher merece apoio para começar essa caminhada. Com os pés bem apoiados, cabeça amparada, de mãos dadas com quem já percorreu esse caminho, é possível perceber que o caminho nem é tão longo assim. Tortuoso, sim, mas não interminável.
Hoje, comemorando meus 36 anos, agradeço a tudo quanto é divindade a existência das mulheres sábias, das cirandas de mulheres, das redes de mulheres, enfim, das mulheres que conheci e que continuarei conhecendo, todas elas sábias, muito sábias! Obrigada, amigas, sem vocês, eu jamais conseguiria encontrar "A lógica do vento, O caos do pensamento, A paz na solidão".
E agora,
"Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa."
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Um comentário:
Toda essa violência revolta... E não nos deixemos enganar pela aparente "inocência" de questões como separações de cores para meninas e meninos; é justamente aí que começam todos os pré-conceitos que geram violências muito maiores que afetam as mulheres!
Excelente texto Denise!
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