Fonte: Fundação Seade. |
Se você se interessa pelo tema "nascimento" e já conversou sobre o assunto com meia dúzia de pessoas, já deve ter percebido que na nossa região, assim como no conjunto do país, é um tanto difícil uma criança nascer de parto normal.
A notícia já é velha e repetida, mas não muda, apenas fica mais feia: somos campeões de cesarianas e não, não nos orgulhamos disso. Principalmente porque, com esse título, vem a rebote uma taxa de mortalidade materna que é vergonhosa, de tão alta, persistente e ignorada, entre outros problemas para a saúde da população e tantos outros de longo prazo que ainda não conhecemos ao certo.
Então, observe bem este gráfico. De cada dez mulheres que moram em Diadema e que tiveram bebê em 2011, a metade passou por cesariana. Já em Ribeirão Pires, de cada dez mulheres, sete sofreram uma cirurgia abdominal de grande porte para que seus filhos pudessem nascer!
Justificativas para esse cenário há inúmeras e elas vão depender da fonte consultada - médicos, hospitais, mulheres. Importante não se deixar levar por argumentos emocionais, quaisquer que sejam os pontos de vista defendidos. Importante observar o que diz a boa ciência, porque é isso que garante que a mulher e a criança fiquem bem - fisicamente e emocionalmente - após o nascimento.
Infelizmente ainda temos muito a caminhar na direção de uma assistência mais respeitosa e baseada em evidências. A taxa de cesariana abusiva é apenas a ponta do iceberg, um pedacinho do problema, e um pedacinho que conseguimos enxergar. Abaixo dele, há inúmeros outros problemas, igualmente graves e numerosos e disseminados...
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