* Meu guri mamou no peito até 1 ano e 11 meses. Foi desmamado (ou eu fui desmamada!) por conta de um problema de saúde meu, que exigiu tomar antibióticos.
* De 1 ano a 1 ano e 11 meses, ele tomou leite materno no peito, leite de soja na mamadeira. E comeu bem, obrigada.
* De 6 meses a 1 ano, ele tomou leite materno no peito e na mamadeira. E comeu bem, obrigada.
* De 4 meses e meio a 6 meses, ele tomou leite materno no peito. Começou a tomar leite materno na mamadeira. E começou a comer.
* Do nascimento aos 4 meses e meio, ele tomou leite materno no peito.
Isso tudo só foi possível porque:
* Com carinho, paciência e orientação, a amamentação se estabeleceu muito bem desde o começo - desde o começo mesmo, já na sala de parto.
* Ele mamou no peito em livre demanda até eu precisar voltar ao trabalho, quando ele tinha 4 meses e meio.
* A partir daí, comecei a introduzir alimentos em seu dia a dia.
* E até que ele completasse um ano, tirei leite no serviço duas vezes ao dia para que ele pudesse tomá-lo na minha ausência.
* E principal e mais importante de tudo: a não ser quando eu estava trabalhando, ele podia mamar sempre que queria ou precisava.
* A vontade e a necessidade não eram apenas de leite e alimento, mas também de carinho, atenção, cuidado.
* Quando bebê, ele mamava em intervalos irregulares, era difícil prever quando seria a próxima mamada e quanto tempo ela duraria.
* Conforme ele foi crescendo, consegui estabelecer algumas regras para as mamadas, tanto de lugares como de horários possíveis.
* Mas nesses cinco anos que nos separam do seu nascimento, jamais me afastei da vida social, retomei meu trabalho com o fim da licença, e na medida do possível continuo sendo uma mulher ativa, sociável, produtiva, estudiosa.
* Com alguns limites e muitas possibilidades, a mulher não precisa se alijar de si mesma ao se tornar mãe. Não precisa e não deve.
Daí que:
* Amamentar em locais públicos é um direito da mulher.
* Ser amamentado em locais públicos é um direito da criança.
É tão difícil assim de entender isso?
Ao que parece, é. Pelo menos para certos pseudojornalistas. Tomado de ira, Coutinho desdenhou seus leitores na última coluna. Disse-se superior, por isso incompreendido. Bateu o pé pra fincar sua posição, pretensamente protegida pela liberdade de expressão. Oras, expressar-se contra direitos de pessoas não significa opor-se à democracia? Ainda que a ombudsman da Folha tenha escrito a respeito do desrespeitoso Coutinho no domingo, não me convenço. Não me convenço de que sujeitos desse tipo mereçam espaço na mídia. Ele conseguiu o que queria - aumentar a popularidade de sua pobre coluna. E de quebra ainda mostrou que sua pretensa erudição não lhe serve para nada: suas citações obscuras, além de mal colocadas, não se convertem em raciocínio, tampouco em melhor compreensão do mundo.
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2 comentários:
Á amamentação em casa não foi tão tranquila quanto eu esperava... Mas SEMPRE amamentei o Valentim onde estivesse, na frente de quem estivesse - indiferente do horário ou intervalo de mamadas.
E quer saber? No fundo, eu ADORO quando ele acorda de madrugada simplesmente para ficar um pouquinho mais no meu peito...
Pois é, se não for possível amamentar em público, muitas mulheres simplesmente deixarão de fazê-lo. Como se já não bastassem todas as dificuldades inerentes à amamentação, ainda teríamos de lidar com mais essa interdição? Não dá, né?! O infeliz (e os demais infelizes que o apoiaram) boicota uma atitude que é necessária à saúde, com a desculpa de que amamentar requer privacidade. Como se não fosse possível obter privacidade e principalmente intimidade em locais públicos. Nossa, tô passada, nem a coluna da ombudsman me acalmou...
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