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15 de agosto de 2012

Às grávidas e puérperas, uma súplica


O nascimento de um filho é um momento muito bonito. E também são os dias que se seguem. É um momento de profundo aprendizado mãe-bebê, momento de criação de vínculo, de ouvir o que não é falado, de conseguirmos conversar com o silêncio e, assim, nos conhecermos como mães e conhecermos nossos filhos.

A mídia nos mostra, desde que somos pequenas, a maternidade como algo cor-de-rosa. Tons pastéis, muito  amor e sincronia entre as famílias, uma harmonia sem igual. Novelas, comerciais de TV, programas de auditório, todos eles colaboram para que tenhamos absoluta certeza de que a maternidade será, sim, em tons pastéis, linda e cheirosa, cheia de harmonia.

Até que aquele serzinho sai do nosso ventre. Ele, que estava ali, quietinho, alimentando-se do que nós mães passávamos para ele, de repente, deixa de fazer parte do nosso corpo, e passa a fazer parte do mundo. E nós, que tínhamos certeza de que agora nossa vida seria a mais linda e harmoniosa, que tínhamos certeza de que seríamos aquela mãe sorridente e sem olheiras, rodeada apenas de amor por todos os lados, de repente nos vemos em um mundo totalmente desconhecido. Amedrontador, muitas vezes. Assustador, de verdade. E isso, ninguém nos disse - ou nós que não quisemos ver? Acho que um pouco dos dois. A gente também fantasia as coisas como quer, né?

Nasce aquele serzinho para chacoalhar nosso mundo. Uma injeção de ralidade na veia, e com isso, as dores e delícias que ela traz. Amigos de antes, sem filhos? Parece que são de outro mundo. Mas não é por mal, é que realmente o mundo é outro e a nossa relação com ele também é outra. A maternidade é uma experiência tão intensa e única, que falar com pessoas que nunca passaram por isso é realmente algo super estranho, fica claro que essas pessoas falam outra língua. Pode ser que esse sentimento amenize com o tempo, ou não, mas fato é que nosso sentimento precisa ser respeitado, e é preciso dar ao tempo, o tempo que ele pede, para que nos acostumemos com este novo "estado".

Família? Muitas vezes ajuda muito, mas muitas outras vezes, piora bastante a situação. Isso acontece porque cada pessoa tem uma vivência, e isso não é ruim, é até bom, mas muitas pessoas realmente não entendem que a mãe precisa passar por aquele momento do jeito dela, conforme seus instintos pedem. A mulher puérpera precisa ser muito respeitada, é preciso dar tempo para ela conseguir "conversar com o silêncio" da forma que ele pede. Sim, o silêncio do pós-parto fala! E fala alto. Mas precisamos estar sintonizadas com ele para ouvi-lo e, assim, seguir nossos instintos de animais que somos - e a sociedade nos fez esquecer que somos, sim, animais, e temos que seguir nossos instintos maternais assim como as lobas, baleias e todas as mamíferas do nosso planeta.

Mas, no meio de toda essa solidão e incompreensão, existe, sim, uma luz. Uma luz bonita e cheia de energia boa. Essa luz se chama GRUPOS DE MÃES. Mães que vivem as mesmas experiências que nós, neste exato momento. Sorrir junto, chorar junto, trocar experiências, falar de loucuras que só nós puérperas entendemos, enfim. Na minha opinião, toda mulher que se visse grávida deveria ser na mesma hora encaminhada para um grupo de mães, e participar dos grupos de grávidas e de puérperas. Só o fato de fazer parte de um grupo e poder falar o que pensa, e mesmo que não queira falar, apenas ouvir, traz uma paz para dentro de nós, que nada mais, NADA MESMO, nos traz neste momento.

Venho humildemente através deste post pedir, suplicar, para que as GRÁVIDAS E PUÉRPERAS PROCUREM GRUPOS EM SUA CIDADE, não fiquem sozinhas neste momento, e mesmo que se sintam perfeitamente bem perto da família e dos amigos antigos, não deixe de participar de grupos, pois algo a gente sempre aprende e leva conosco nesta caminhada tão rica e misteriosa que é a maternidade.

APRENDAMOS UMAS COM AS OUTRAS!

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