Não chama a atenção, mesmo em níveis elevados. O portal 45 graus, por exemplo, deu a boa notícia sobre a baixa mortalidade infantil em Teresina (PI), mas praticamente ignorou o fato de a mortalidade materna estar mais de três vezes acima do que é considerado aceitável pela OMS. Segue a notícia.
01.07.2009 - 22:03:58
Mortalidade infantil é considerada baixa em Teresina
A Prefeitura de Teresina busca apoio da família para combater mortalidade infantil
Mesmo com a mortalidade infantil considerada baixa em Teresina pela Organização Mundial de Saúde – OMS, a Prefeitura vai buscar um maior envolvimento da família nos cuidados com a mulher e a criança desde a gestação até o pós-parto, como forma de reduzir ainda mais o coeficiente, que, no ano passado, alcançou 17,96 óbitos por cada 1.000 nascidos vivos em no município.
Para a coordenadora de Ações Assistenciais da Fundação Municipal de Saúde, Amariles Borba, a redução da mortalidade, tanto materna quanto infantil, não depende somente de um médico especialista, mas de uma equipe inteira, incluindo, principalmente, a família. “O acompanhamento por parte da família é importante para oferecer à mulher uma situação favorável à gravidez e ao pós-parto”, enfatiza. No caso da criança, a médica recomenda muita atenção a fim de que se possa perceber a gravidade da doença o quanto antes e procurar o médico.
A morte da criança pode ocorrer nos primeiros sete dias e as principais causas são doenças relacionadas à gestação e ao parto, à prematuridade, ao baixo peso de nascimento (menos de 2.500 g) e às doenças respiratórias e infecciosas, além de malformações e pneumonia.
Entre as medidas recomendadas para a redução da mortalidade infantil estão: estímulo às mulheres a procurar um posto de saúde no início da gravidez e, quando mães, procurar o serviço de saúde para o acompanhamento do bebê, participar de grupos de planejamento familiar, fazer o pré-natal, consulta pós-parto, e pós-aborto, cuidados do bebê e vacinação. A gravidez, o parto e o nascimento do bebê devem ser compartilhados pela família, amigos e a comunidade.
A Prefeitura pretende alcançar a meta estabelecida pelo Governo Federal, de redução da mortalidade-infantil em 5% nos próximos dois anos. Segundo Amariles Borba, isso requer a efetivação e estruturação da vigilância de óbitos materno-infantis, fetais e por causas mal definidas, conforme recomenda o Ministério da Saúde para gestores de todo o Nordeste. Teresina já vem fazendo a investigação de óbitos infantis, mesmo com algumas dificuldades, em virtude da quantidade a ser investigada, que gira em torno de 250 óbitos por ano.
Em relação à morte materna, a OMS considera esta uma epidemia silenciosa, que assume níveis inaceitáveis. Em todo o mundo morrem anualmente 500 mil mulheres na faixa etária de 10 a 49 anos. Conforme os números da Organização, isso significa a morte de cerca de 1.410 mulheres por dia. As mortes acontecem, 99% das vezes, em países em desenvolvimento. A OMS considera razoável até 20 mortes maternas por cada 100.000 nascidos vivos. No Brasil o índice ainda é muito elevado com 100 óbitos por cada 100 mil nascidos vivos. Em Teresina, o coeficiente ficou em 64,65 em 2008, com um total de 09 óbitos.
A morte materna é a morte da mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da mesma e pode estar associada a doenças que as mulheres tinham antes de engravidar ou que adquiriram durante a gravidez. As principais causas são: pressão alta, eclampsia, hemorragias, complicações do aborto, problemas cardíacos e infecções pós-parto.
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