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5 de junho de 2009

Arbitrariedade no Rio de Janeiro

A Secretaria Estadual de Saúde determinou o fechamento da Casa de Parto David Capistrano Filho (Realengo), no Rio de Janeiro, sob alegação de que ela cometeu "infrações sanitárias". Não se sabe ao certo quais sejam elas, mas o posicionamento do Conselho Regional de Medicina (Cremerj) sobre a questão já dá algumas pistas. O corporativismo médico, pouco a pouco, está acabando com as raras possibilidades de atendimento digno ao parto.

Do Globo
Secretaria Estadual de Saúde determina interdição da Casa do Parto

Publicada em 04/06/2009 às 15h19m

Manifestantes protestam contra a interdição da Casa do Parto

RIO - A secretaria estadual de Saúde determinou, nesta quinta-feira, por meio do Diário Oficial, a interdição total da Casa do Parto David Capistrano Filho, em Realengo. De acordo com o relatório elaborado pela Superintendência de Vigilância Sanitária, o estabelecimento cometeu infrações sanitárias.

A unidade tem 48h - a partir da data da publicação da resolução - para apresentar um plano de remoção de pacientes. Mas, segundo uma funcionária da Casa do Parto, não há nenhum paciente no local. Desde a manhã desta quarta-feira, a unidade não realiza mais atendimentos. As consultas de pré-natal foram remarcadas. ]

Cerca de 30 pessoas foram até a sede da prefeitura para protestar contra a interdição. Uma funcionária do estabelecimento informou que a coordenadora da Casa do Parto foi até a secretaria, onde teria uma reunião às 14h, a fim de tentar reverter a situação.

Na casa do parto, não há médicos. O atendimento é feito por enfermeiros especializados em obstetrícia. À tarde, o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) divulgou uma nota na qual declara apoio à interdição do estabelecimento.

"A Casa de Parto não teria estrutura para garantir a integridade da paciente e do bebê em caso de complicação na hora do parto. Por isso, o Cremerj espera que a Prefeitura não coloque médicos ou supervisão médica na Casa de Parto, conforme informação divulgada na imprensa", diz o documento.

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